quinta-feira, dezembro 17, 2009

JÁ É NATAL - A lenda da Bengalinha

JÁ É NATAL

A lenda da bengalinha

Márcia Carvalho

Por essas voltas que o mundo dá, e pelas oportunidades que a vida nos apresenta, e porque Deus me deu a chance, eu tive a alegria de ter um “White Christmas”, um Natal com neve. E o mais interessante foi que a primeira neve daquele inverno começou a cair no dia 24 de dezembro, o que era muito tarde para a cidade em que morei, Chicago, nos Estados Unidos.

Bem, é muito interessante ver o clima de festa que se instala na cidade. Em novembro, já com muito frio, a cidade começa a se transformar. Engraçado que nós, moradores dos trópicos, costumamos associar a neve ao frio intenso e isso não é verdade. A neve só cai quando a temperatura está em torno de -3°C, o que quer dizer, no inverno lá de cima, que nem é tão frio assim... A neve pode se manter por semanas ou meses nas ruas por causa dos termômetros abaixo de zero, mas para nevar, a temperatura não pode estar muito fria.

E por mais que os Estados Unidos sejam o maior representante mundial do capitalismo, as pessoas parecem realmente viver um sentimento diferente nessa época. Você já imaginou andar nas ruas do Centro do Rio de Janeiro ou de São Paulo e ser cumprimentado por quase todo mundo que passa por você, com desejos de Feliz Natal, Feliz Ano Novo, Boas Festas? Pois eu vivi isso lá.

Eu sempre gostei de decoração de Natal. E morando em outro país, vi que a gente decora tudo quase igual a eles, com a diferença que temos um sol de 40°C sobre nossas cabeças, o que faz com que nossa neve seja de isopor ou algodão...


Um dos objetos mais usados na decoração lá – e nem tão usado aqui – é o “candy cane”, aquela bengalinha branca, que na verdade é uma bala de menta, bem gostosa por sinal, apesar de ser muito dura.

E há pouco tempo, eu descobri que uma lenda ronda a tal bengalinha.

Bem, lá no hemisfério norte, no tempo em que ainda não havia sido inventada a chupeta, os pais costumavam dar uma barrinha de açúcar para “acalmar” as crianças e os bebês. Um dia, por volta de 1670, o regente de um coro alemão colou essas barrinhas num cajado de pastor e as distribuiu para as crianças que estavam no culto de Natal. A partir desse momento, foi criado um costume que se espalhou pela Europa e as bengalinhas, enfeitadas com flores, passaram a ser usadas como decoração de Natal.

Lá pelo ano 1900, a bengalinha branca recebeu suas tradicionais listras vermelhas e o sabor de menta. E aqui se inicia a lenda: um doceiro do estado de Indiana, nos Estados Unidos, planejou o doce para contar a história do Natal.

A forma é o seu símbolo mais óbvio: dependendo da sua posição, é um J, de Jesus, ou pode ser o cajado de um pastor. Bem, os primeiros a receber a notícia do nascimento de Jesus foram os pastores, e Jesus mesmo disse que ele era o Bom Pastor, aquele que cuida, alimenta e lidera suas ovelhas.

O doce da bengalinha nos lembra que somos alimentados pelo Evangelho.

A dureza nos lembra que Jesus é a nossa rocha, nosso refúgio e fortaleza.

A brancura, que Jesus nasceu de uma virgem, permaneceu sem pecar por toda sua vida e nos purifica dos nossos pecados.

A bengalinha tradicional tem três listras finas e uma listra larga, todas vermelhas e pode ter uma listra verde.

A listra vermelha larga se refere ao sangue que Jesus derramou na cruz por nós; as listras finas, aos açoites que Jesus levou e através dos quais nós somos sarados.

Para algumas pessoas, a listra vermelha larga também pode se referir a Deus Pai e as listras finas, à trindade.

A listra verde representa o presente que Deus nos deu: a salvação através de Jesus (no hemisfério norte, a cor verde costuma ser associada ao ato de doar ou presentear).

O sabor de menta da bengalinha moderna é similar ao do hissopo, que no velho testamento é associado à purificação e ao sacrifício.

Talvez tudo isso seja só uma lenda. Mas que é bem interessante ver a história da nossa salvação resumida numa bengalinha doce, isso é!

FELIZ NATAL!

Que sua vida tenha o açúcar necessário para manter sua cabeça nas nuvens e a menta suficiente para manter seus pés no chão.

Leia mais no Blog da Marcia Carvalho: http://pensando-comigo-mesma.blogspot.com/

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