quinta-feira, setembro 29, 2011

DESCANSO NO MEIO DA CRISE

DESCANSO NO MEIO DA CRISE

Salmo. De Davi. Quando fugia de seu filho Absalão. Javé, como são numerosos os meus opressores, numerosos os que se levantam contra mim! Numerosos aqueles que dizem a meu respeito: “Deus nunca vai salvá-lo”. Tu, porém, Javé, és o escudo que me protege, és minha honra, aquele que me faz erguer a cabeça. Em alta voz eu grito a Javé, e ele me responde do seu monte santo. Posso deitar-me, dormir e despertar, pois é Javé quem me sustenta. Não temo essa multidão de gente que em cerco se coloca contra mim. Levanta-te, Javé! Salva-me, Deus meu! Pois golpeias no queixo meus inimigos todos, e quebras os dentes dos injustos. De ti, Javé, vem a salvação e a bênção para o teu povo. Salmo 3.

Eu sempre tive facilidade para dormir. O cochilo durante as viagens de ônibus acontece com frequência e, normalmente, dez minutos após me deitar, já peguei no sono. Somente um problema muito grande é capaz de me causar insônia. Este salmo foi importante para mim num momento em que situações difícieis me deixaram acordado até três, quatro horas da manhã por vários dias.

A oração se tornou complicada, pois me faltavam palavras para expressar a tristeza e ansiedade. O sentimento de solidão era profundo, parecia que Deus havia tirado férias e me deixado pelo caminho. Nessa época de silêncio eu me voltei para a bíblia e os salmos foram a minha oração. Eu lia cada capítulo e sublinhava os seus versículos quando me identificava com o estado de espírito do salmista. Durante alguns meses esta foi a maneira que eu utilizei para falar com Deus.

Hoje, quando estes problemas se tornaram parte do passado, me recordo daqueles dias como o momento devocional mais frutífero, quando percebi várias orações sendo atendidas. Se hoje posso dizer que a oração funciona, isto é resultado daquela época de crise, de deserto, que fortaleceu a minha fé. A Bíblia se tornou uma fonte de esperança, pois a partir do seu texto eu me conectava com Deus, ouvia a sua voz e recebia uma palavra que restaurava as forças e me ajudava a seguir em frente.

Davi nunca teve uma vida fácil. Quando mais jovem, ele era preterido em sua família, por ser o filho mais novo, de acordo com a cultura de sua época. Após ser ungido rei, precisou lutar muito para receber a coroa e o seu reinado foi repleto de guerras. Este salmo foi escrito num momento complicado de sua vida. Ele estava fugindo de seu filho que lhe havia usurpado o trono.

Absalão se tornou o grande inimigo de Davi. Esta revolta pode ter sido motivada pela ausência durante as guerras e as viagens oficiais, que lhe roubaram a convivência paterna. O rapaz vivia na corte cercado dos privilégios comuns aos príncipes, mas não conseguia perceber aquilo que considerava mais importante: o amor de seu Pai.

O fato que desencadeou a rebelião foi o estupro, que sua irmã, Tamar, sofreu de Amon, filho mais velho de Davi, que não foi devidamente repreendido pelo rei, que tentou colocar panos quentes na situação, e deixar que o tempo apagasse todas as mágoas.

Absalão guardou aquilo em seu coração com muita raiva, e começou a arquitetar um plano para retirar o seu pai do trono. Ao longo dos anos foi conquistando o coração do povo, na tentativa de convencer os hebreus de que ele era um juiz mais justo que Davi.

Quando deu o golpe de estado, Absalão não encontrou resistência. Davi poderia lutar, mas preferiu fugir, para evitar o confronto com o filho rebelde, a quem ele amava e sofreu muito quando Absalão foi assassinado.

Apesar do grande risco, Davi declarava que deitava e dormia certo de que Deus cuidava de sua vida. Como é possível descansar diante de tantos problemas? Ele mantinha a sua confiança em Deus inalterada, “Tu, porém, Javé, és o escudo que me protege, és minha honra, aquele que me faz erguer a cabeça. (...) Não temo essa multidão de gente que em cerco se coloca contra mim”. (v4-7).

Davi estava seguro, porque a sua fé e a sua esperança estavam firmadas no fato de que apesar de tudo, Deus iria, de alguma forma, protege-lo e reconduzi-lo ao trono. Esta confiança lhe trazia tranquilidade para dormir em paz e renovar as forças.

Ninguém consegue ficar ligado 24 horas por dia, quem faz isso um dia adoece. O que pode nos fazer desligar de toda esta agitação, sem perder a sanidade? É a esperança de que Deus mostrará o caminho, por mais que a situação esteja complicada.

Quantas pessoas superam obstáculos imensos e, quando conquistam os seus objetivos estão tão machucados que não têm forças para comemorar? O alento divino preserva a saúde física e emocional tornando-nos capazes de perceber o momento em que a oração é atendida. Precisamos nos preocupar em cuidar dos assuntos importantes, mas é indispensável separar um momento para o descanso e deixar nas mãos de Deus aquilo que somente ele pode resolver.

O grande mistério divino está em que não conseguimos ter muita noção de tudo o que está acontecendo, na hora em que está acontecendo. Se perseverarmos e mantivermos a confiança, lá na frente pode ser que consigamos visualizar a situação completa e esclarecer muitas dúvidas. Mas nem sempre receberemos todas as respostas desejadas.

No meio da neblina, até os caminhos conhecidos se tornam assustadores, porque temos dificuldade para enxergar o próximo passo. O lugar pode ser muito bonito e possuir uma vista maravilhosa, mas nada disso será contemplado, se estiver encoberto. Esta é exatamente a dinâmica de nosso relacionamento com Deus em oração e fé. Acreditamos que quando a neblina passar conseguiremos ver tudo, mas durante dos momentos de escuridão não podemos sair correndo, pois o risco de acidentes é muito grande.

Não importa o tamanho do problema, o essencial é manter a esperança de que Deus cuida de nós, pois a partir daí poderemos declarar como o salmista: “Posso deitar-me, dormir e despertar, pois é Javé quem me sustenta”. Somente em Deus conseguiremos descansar e inspirar novas pessoas e celebrar as vitórias conquistadas neste mundo tão confuso.

quarta-feira, setembro 28, 2011

Que valores estamos produzindo na escola? - CBN

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sexta-feira, setembro 23, 2011

Textus Selectus: Hereges e heresias

Textus Selectus: Hereges e heresias: Por Ricardo Gondim, pastor e escritor. Com quantos argumentos se estabelece uma questão? Os nazistas souberam demonizar os judeus, já os co...

quinta-feira, setembro 22, 2011

MARANHÃO 66

Curta de Glauber Rocha, que originalmente fora encomendada por José Sarney em sua posse pelo governo do Estado do Maranhão em 66, que não foi utilizado para esse mesmo fim, por motivos óbvios.

Blog do Fale - Levante sua voz contra a injustiça!: Pastorais FALE– Evangelho, Justiça e a Rede FALE –...






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