quarta-feira, novembro 02, 2011

A CERTEZA QUE É FRUTO DO ESPÍRITO

A certeza que é fruto do Espírito

"Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. E vocês não receberam um Espírito de escravos para recair no medo, mas receberam um Espírito de filhos adotivos, por meio do qual clamamos: Abba! Pai! O próprio Espírito assegura ao nosso espírito que somos filhos de Deus. E se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros junto com Cristo, uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória". Romanos 8.14-17

Introdução

A característica marcante da pós-modernidade é a ausência da certeza. O avanço da tecnologia produz tal quantidade de informação, que é praticamente impossível assimilar tudo adequadamente.

A relativização das ideias fragmentou o conceito de certo e errado determinando que cada um possui a sua verdade particular e, dependendo do ponto de vista, a que é submetido, todos têm razão.

As relações de trabalho se degradam a olhos vistos e o crescimento dos índices de desemprego estimula a concorrência desleal, que deixa o trabalhador inseguro em relação ao futuro.

Diante deste cenário caótico, a Bíblia aponta para um fato que nos garante conforto, acolhimento, segurança e a certeza de que pertencemos à família de Deus:

1) Somos filhos porque fomos escolhidos.

Paulo não deixa espaço para dúvidas: "Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. A primeira consequência deste reconhecimento é assumir uma postura diferente diante das exigências apresentadas pela vida.

Ao dizer que não somos mais escravos, ele afirma que não somos objetos que se prestam a esta ou aquela utilização, mas que possuímos identidade somos filhos e não precisamos temer o relacionamento familiar.

O filho não teme porque confia que o seu pai lhe oferecerá carinho e proteção. A condição de adotado não lhe causa desconforto, porque ele sabe que foi escolhido e acolhido com amor no coração paterno.

Esta certeza não está apoiada em pressupostos frágeis, por que...

2) A convicção de ser filho de Deus é dada pelo Espírito Santo.

O próprio Deus confirma em nosso coração e oferece um testemunho plenamente confiável da nossa condição. Não há porque temer a rejeição.

“Contrapondo-se ao egoísmo, a ação do Espírito cria um novo tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família. Agora podemos chamar Deus de Pai, pois somos seus filhos e isto é a base de relações sociais recompostas: o clima de família se alastra porque todos são irmãos”. [1]

Olhar o outro como irmão significa acolher esta pessoa da mesma forma que fomos recebidos por Deus. Ele deixa de ser estranho ou estrangeiro e passa a ser parte da minha família. Por conta disso, eu passo a me importar com a sua vida e o seu futuro.

Fazer parte desta família espiritual traz um privilégio, que é a intimidade. Deus quer estar próximo, por isso permite que o chamemos de paizinho (Abba pai). Não existe nada melhor do que saber que podemos voltar para casa e encontrar ali tranquilidade, proteção e o alívio das tensões diárias.

O Espírito Santo trata de afastar qualquer dúvida que venha a assaltar o nosso coração assegurando-nos de que somos filhos e que nada pode revogar esta condição diante do pai.

3) Ser filho de Deus nos torna participantes de sua glória.

O ato de reconhecimento de paternidade traz consigo o direito dos filhos à herança. No caso humano isto se refere aos bens da família. Mas “A herança prometida por Deus aos ‘que são guiados pelo espírito’ consiste em participar do Reino. Isto implica a seriedade de um testemunho como o de Jesus Cristo” [2].

Participar do Reino é ter a oportunidade de olhar para o mundo onde vivemos com um olhar inconformado. Este inconformismo deve ser o estopim para a busca de transformações efetivas para a sociedade.

Em seu ministério, Jesus não foi condescendente com as injustiças que presenciou. Ser participante da glória de Deus é um privilégio, que carrega em si a responsabilidade de cuidar dos nossos irmãos que sofrem as consequências da pobreza e da exploração.

Da mesma forma que cuidamos do bem estar da nossa família, precisamos nos importar com a sociedade, para que ela se torne um lugar mais justo. Assim, seremos capazes de ver o Reino de Deus se estabelecendo e vencendo o pecado. Esta é a herança de filhos, que nos está reservada.

Conclusão

Neste tempo de alta competitividade e solidão é alentador saber que podemos fazer parte de uma família que nos recebe amorosamente, apesar das imperfeições que fazem parte da condição humana.

A certeza que o Espírito Santo oferece de que somos filhos amados de Deus não nos desconecta da vida real e de seus sofrimentos, mas anima o coração a resistir, porque conforme a bíblia afirma: “uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória”.

Participar da glória divina é consolidação da esperança cristã. Enquanto esperamos que ela se realize, podemos espalhar a mensagem do evangelho, para que mais pessoas entendam que o Reino de Deus começa agora e vai nos acompanhar por toda a eternidade.

Precisamos aprender a entregar as nossas angústias nas mãos daquele que nos ama de verdade. Precisamos aprender a descansar como crianças nos braços do Pai. Precisamos aprender a ser filhos de Deus.

NOTAS

1 e 2 – BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – p. 1383.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991.

Um comentário:

ruah disse...

Sua palavra traz esperança... é bom saber que algo melhor nos aguarda além daqui. Mesmo entendendo que a eternidade já começou dentro de nós... enquanto neste corpo corruptivel e neste mundo caído... aguardamos pela plenitude. A Igreja é o quintal da casa do Pai, Nela podemos sentir o Ágape fruir e inundar os desertos a volta. Afinal sem este amor, o que oferecermos (tal qual a água da fonte da Samaritana) nunca saciará a secura da existencia.O Ruah de Deus em teu Caminho.