domingo, fevereiro 21, 2010

Alimentação: direito e não caridade!




CAMPANHA PELO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO
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A Rede FALE também está participando desta campanha. Saiba mais sobre esta urgência e se informe sobre como participar aqui.

Fonte: http://justicaintegral.blogspot.com/

Tortura Nunca Mais!



Cecília Coimbra (Coordenadora do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ) fala sobre a Comissão de Verdade

Fonte: http://justicaintegral.blogspot.com/

¿Qué es Misión Integral?


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René Padilla fala sobre Missão Integral
Fonte: http://justicaintegral.blogspot.com/

CURSO DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO - CADI / Vale da Bênção

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Fórum Jovem de Missão Integral - Paracambi/RJ


Fórum Jovem de Missão Integral - Paracambi/RJ

O Fórum Jovem de Missão Integral em Paracambi/RJ está chegando!

Estamos muito animados e contamos com sua presença!

Será neste próximo final de semana, nos dias 26 e 27 de Fevereiro/2010.

Você poderá efetuar sua inscrição até nos dias do evento, no entanto não podemos garantir disponibilidade de vagas.

Estamos mobilizados e na expectativa que seja um tempo muito proveitoso a todos os participantes.

Um ambiente de edificação, acolhimento e despertamento da parte de Deus. Sendo também um espaço de agregar valores e estreitar relacionamentos junto a irmãos de outras denominações.

Sinceramente esperamos que seja algo simples, porém relevante. Nada grande, mas profundo. Sem muita "letra", no entanto desafiador.

Portanto, faça agora mesmo sua inscrição!

Baixe a ficha que está no site abaixo, preencha e devolva neste próprio e-mail juntamente com o comprovante de depósito.

Se quiser mais informações ligue ou entre agora mesmo no site abaixo!

www.missaointegral.org - Tel: (21) 8261-2932 (Anna Karla)
Obs.: Se você não poderá participar do fórum fica meu estímulo para que divulgue a fim de que outros também tenham oportunidade de participar. Lembramos que teremos a representação de algumas organizações cristãs.

Em parceria com a Editora Ultimato você poderá fazer a assinatura da revista ultimato nos dias do evento por um preço super especial, além de receber um brinde da revista.

* Com o propósito de estimular simples ações em torno de nossa missão também diante da preservação do planeta, pedimos que traga seu copo reutilizável a fim de não depender de copos descartáveis.

"Por uma Juventude apaixonada por Jesus Cristo, disposta a proclamar as boas novas do Reino de Deus e a viver o evangelho integralmente!"

Aulas na ECO para integrantes de Movimentos Sociais


Aulas na ECO para integrantes de Movimentos Sociais

A Escola de Comunicação da UFRJ, junto com o Pontão da ECO, abre vagas para integrantes dos Pontos de Cultura e movimentos sociais nas seguintes disciplinas de graduação:

Linguagem Audiovisual I
Teoria e crítica do cinema. Diferentes linguagens cinematográficas. Gêneros do Cinema. Cinema e novas tecnologias. Vídeo-arte.

Roteiro e Redação de Audiovisual
O roteiro e os processos de produção audiovisual. Funções e usos do texto no audiovisual. O processo de criação e os elementos do roteiro. O drama. Formas de apresentação do roteiro. Diálogos e narração. Adaptação de obras literárias.

Cinegrafia
Características plásticas da iluminação e dos recursos técnicos de registro de imagens em movimento. Aspectos formais das imagens cinematográfica e videográfica. Segmentação da narrativa audiovisual. Análise estética da imagem. Decupagem.

Linguagem Gráfica
Uso de elementos gráficos, com características nos projetos de planejamento visual, layout, arte final, composição e seleção de tipologia. Estética da forma. Cores, medidas, aplicações. Comunicação Visual.

Fotografia
História da Fotografia. Teoria das cores. Luz e sombra. Usos da fotografia.

Gravação e Mixagem de Audio
Tipos de microfones e sua utilização. Técnicas de gravação e mixagem de som. Operação em estúdio, operação em externa. Edição de som. Análise comparativa de gravações. O som no rádio, na televisão, no cinema, no teatro, no disco e no show ao vivo.

As aulas acontecem na Escola de Comunicação da UFRJ (http://www.pontaodaeco.org/como-chegar), começam dia 22 de março e irão até o dia 24 de julho de 2010.

Mais Informações: http://www.pontaodaeco.org/aulas-na-eco

COM A PALAVRA, O NORDESTE...


COM A PALAVRA, O NORDESTE...

Recebi este e-mail de um amigo que agora está morando na cidade de Campina Grande – PB. Após lê-lo, pensei no que significa realmente o chamado "avivamento da igreja brasileira". Achei importante divulgar esta carta, para questionar a maneira como temos tratado a igreja do sertão nordestino, que sofre solitária a fome, a falta de água e de líderes que se disponham a levar a mensagem do evangelho a todos os cantos de nosso país, sejam eles ricos ou pobres. Abaixo, segue o recado do Janderson:

Bom dia irmãos e irmãs...

Meu nome é Janderson Reis Figueira (Kbelo) faço parte do VERBALIZANDO MISSÕES URBANAS, e hoje moro em Campina Grande – PB (Nordeste Brasileiro), e estive presente nas primeiras reuniões do RENAS Jovem - RJ. Mas Hoje quero através desse email mostrar um pouco sobre a realidade de uma região pouco falada, pouco citada nas reuniões, nos púlpitos, e etc.

Como Nordestino por adoção (digo isso porque fui muito bem recebido por essa gente). Fico um pouco triste e até frustrado por saber que nossas igrejas, ONGs, associações, agencias missionárias, e etc., parecem não se importar por esses Estados dessa região.

Vejo que quando se fala de Países da África, Índia, países Mulçumanos, até mesmo países da Europa se valoriza muito , a pobreza de alguns países o liberalismo de outros , a cegueira religiosa de outros, esquecemos que no nosso País que dizemos que amamos tanto existem pessoas que sequer ouviram falar de Jesus... Que contradição!

Essa semana eu conheci um grupo que trabalha voluntariamente no alto sertão nordestino, e fiquei boquiaberto com o que ouvi, e resolvi compartilhar com todos vocês.

Esse é o sertão nordestino... No ano de 2000, a JUVEP, missão situada em João Pessoa, enviou uma pequena equipe missionária de férias para evangelizar o povoado de Serra dos Ventos, no sertão paraibano. Quando perguntaram para uma família se eles conheciam Jesus, a resposta foi a seguinte: “Não senhora, ele num mora por aqui não”. No sertão do Rio Grande do Norte, dona Sebastiana, moradora do povoado cobra: orou 30 anos pedindo a Deus uma igreja para o seu povoado.

Há duas faces no Nordeste: litorânea e sertaneja. O litoral das praias paradisíacas de água morna o ano todo, com shoppings modernos, movimentado comércio e grande concentração de igrejas evangélicas. À beira mar, a igreja nordestina tem crescido mais rapidamente que qualquer região do país.

No sertão, contudo, nordeste da evidente miséria humana, avassaladora injustiça social, predominância católica, extrema idolatria, a presença evangélica mostra-se ínfima (apenas 3%), com igrejas com 20-30 membros e acanhada capacidade de expansão. No sertão, encontramos a maior parte das cidades brasileiras com menos de 1% de evangélicos.

Irmãos nordestinos testemunham que, na cidade de Solidão, sertão Pernambucano, o último pastor residente foi expulso pela polícia local em 1993 por atacar a santa da cidade, chamando-a de lagartixa. Solidão continua sem uma igreja evangélica estabelecida até os dias de hoje.

A igreja nordestina compreende a necessidade da realização de projetos específicos de penetração nestas cidades, mobilização de plantadores de igrejas, parcerias com igrejas litorâneas, treinamento formal e informal de sertanejos que permaneçam no sertão, vencendo assim a tentação de êxodo para o litoral.

Acompanhando tudo isso ainda existe a fome que ataca o sertão nordestino, e a politicagem que destrói o povo tão sofrido (mais que tem no seu coração uma compaixão constrangedora)...

Não quero com esse email pedir uma ajudazinha financeira e etc. Quero com esse email, sabendo que esse ano o RENAS será aqui no Nordeste, pedir que nos mobilizemos como fazemos com os nossos irmãos de outras nações, para realmente fazermos algo para nosso Nordeste, para virarmos nossos olhares para esse povo tão sofrido, pois a sensação que temos é que o Sudeste virou as costas para o Nordeste.

Creio que com nossos contatos e influências podemos realmente mostrar um Cristo Simples e que se importa com as questões sociais . E ai sim fazermos uma verdadeira RENAS...

Um abraço a todos ...

Janderson e Rafaela (Kbelo e Rafinha)

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

VIDA, ORAÇÃO E EXPERIÊNCIAS

VIDA, ORAÇÃO E EXPERIÊNCIAS

Estou lendo um livro sobre a oração - Oração, Ela faz alguma Diferença? Durante um bom tempo eu evitei títulos sobre este tema, porque muitos autores parecem querer nos convencer que estamos diante da Lâmpada de Aladim. Basta cumprir os requisitos e todos os desejos são atendidos. Devo confessar que esta perspectiva triunfalista me decepcionou, na maioria das vezes.

Apesar de tudo, a minha fé não sofreu abalos significativos, pois eu havia aprendido na escola bíblica de minha igreja, que Deus não é um Papai Noel, que distribui presentes aos seus filhos bem comportados, mas um pai que ama e ensina, mesmo que para isso seja necessário utilizar as situações complicadas da vida. Mas eu conheço várias pessoas que sofrem um bocado, por se sentirem ludibriadas pelo fato de não verem as suas orações respondidas da forma que eles foram ensinados a esperar que seria.

Por isso que a abordagem corajosa, utilizada por Philip Yancey em seu livro, me instigou a revisar criticamente a minha vida particular de oração. Qual tem sido a qualidade do tempo que dispenso à comunhão com Deus?

Me lembro do tempo em que eu era missionário numa cidade do interior do estado de Minas Gerais. Eu morava sozinho num bom apartamento e trabalhava num projeto de revitalização de uma igreja que sofreu pela falta de liderança. Aqueles foram anos desafiadores, eu tive muitas alegrias, mas as pressões foram imensas.

Muitas soluções não estavam sob o meu controle, por mais que eu lutasse, ainda teria que aguardar pela decisão de outras pessoas ou então, que o tempo se encarregasse de resolver as coisas. De certa forma, eu estava vivendo ao Deus dará.

Naquela época a oração era uma necessidade básica, pois eu vivia sozinho e, depois que chegava dos cultos e fechava a porta de casa, não tinha ninguém, senão Deus, para compartilhar as angústias que sobrecarregavam o meu coração.

Durante um período de aridez espiritual, em que faltavam palavras para dizer a Deus o que eu sentia, decidi utilizar o livro dos Salmos nas orações. Eu lia os versículos com atenção e sublinhava as frases que correspondiam ao meu estado de espírito naquele momento. Nas noites de insônia, colocava CD's com louvores, para me acalmar e conseguir pegar no sono.

Hoje, olhando para trás, reconheço que o fato de ter depositado as minhas angústias nas mãos de Deus fez toda a diferença. As respostas que eu obtive não foram todas da maneira que eu queria, mas algumas delas considero verdadeiros milagres.

De acordo com Philip Yancey, tal como um exercício físico, a oração precisa ser praticada. Se passo muito tempo sem correr, terei que recomeçar caminhando levemente, para depois aumentar o nível de esforço, senão o corpo não aguentará. Quando eu deixo de orar por muito tempo, preciso pedir de novo a Deus que me ensine a falar com ele. Se eu pudesse escolher, preferiria não ter que enfrentar nenhum problema, mas preciso admitir que os meus maiores progressos espirituais aconteceram durante as tempestades da vida.

Decidi que vou retomar as práticas devocionais noturnas e diurnas utilizando a oração do Pai Nosso e o livro dos Salmos como um motor de ignição. Mesmo que depois eu não tenha nada para dizer, vou meditar no sentido de cada afirmação e súplica e deixar que Deus faça a obra dele em minha vida. O fato é que, como diz a música, preciso voltar ao primeiro amor.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

VAI TUDO BEM CONTIGO?

VAI TUDO BEM CONTIGO?

"Ela partiu e chegou aonde estava o homem de Deus, no monte Carmelo. O homem de Deus, vendo-a de longe, disse ao seu servo Giezi: Aí vem a sunamita; corre-lhe ao encontro e pergunta-lhe se ela vai bem, como vai o seu marido e o seu filho. Ela respondeu: Tudo vai bem". II Reis 4.25,26

Havia na cidade de Suném uma mulher muito rica, de bom coração e que tinha o hábito de receber em sua casa o profeta Eliseu quando, em suas constantes viagens, ele passava pela cidade. A amizade entre o profeta e a familia da mulher era tal, que ela e seu marido decidiram construir um quarto para que o homem de Deus se hospedasse com mais conforto.

Eliseu ficou ficou tão bem impressionado com a hospitalidade que recebeu, que decidiu oferecer um presente à sua anfitriã. Ele perguntou se a mulher necessitava de algo, ou de algum favor do Rei, pois como pessoa influente que era, poderia ajudar se houvesse alguma questão para ser resolvida junto à corte. Mas como a sunamita fazia tudo de coração, sem desejar nada em troca, ela não quis nenhum presente: "...Eu tenho tudo o que preciso aqui no meio do meu povo". II Reis 4.13, respondeu ela ao profeta.

Eliseu lembrou-se de que ela não tinha filhos, o que era sinal de maldição para as familias naquela época. Então ele profetizou que dentro de um ano, a mulher daria à luz a uma criança. No tempo marcado, o menino nasceu. Ele cresceu e trouxe para aquela familia toda alegria que uma criança pode levar à uma casa.

Um dia, algo terrível aconteceu: O menino ia encontrar-se com o seu pai, que estava trabalhando no campo, quando passou mal. Ele foi levado até à sua mãe, mas seu estado era muito grave e ele morreu.

Imediatamente, a mulher pôs o menino no quarto do profeta, trancou a porta, e foi buscar a ajuda dele. Seu marido, que ainda não sabia da morte do filho, estranhou a movimentação e perguntou: "Por que vais ter com ele hoje? Não é lua nova, nem sábado. Fica tranqüilo, respondeu ela". II Reis 4.23 Ao se encontrar com Geasi, ajudante de Eliseu, que lhe perguntou sobre a família e o filho ela respondeu: "Vai tudo bem".

Como vai tudo bem? Seu filho estava morto e qualquer mãe sabe que isto não é nada bom. Mas o que sustentava a sunamita era saber que aquele filho foi um presente de Deus e que tudo estava debaixo do controle do Senhor dos Exércitos. Esta confiança fez com que ela olhasse para além da amargura de seu coração ferido e contemplasse a vitória que Deus lhe havia reservado.

Toda a mãe quer ver o seu filho saudável, com um bom emprego, e uma ótima reputação na sociedade. Mas muitas que não alcançaram este objetivo não têm condições de responder com a fé da sunamita: "Vai tudo bem", quando lhes perguntam sobre a sua família.

Aquela mulher apresentou-se diante diante de Eliseu e derramou toda a amargura de seu coração: "Pedi eu porventura um filho ao meu senhor? Não te disse que não zombasses de mim?". II Reis 4.28. Ela não se importou com os que estavam ao seu redor, seu desejo era ter seu filho vivo e sadio em seus braços.

O profeta foi à casa da mulher e ali rogou a Deus, que ressuscitou o menino. Neste momento ela louvava a Deus, que contemplou a sua fé e atendeu às suas orações.

Esta bênção ão é privilégio exclusivo de algumas pessoas. Você que está angustiado pelo seu filho, também pode abrir o seu coração diante de Deus, contar a ele todo o seu sentimento e clamar pela restauração de sua vida e de sua família. Apegue-se a Deus, tenha fé no seu poder e mesmo no meio da maior tempestade, você poderá dizer que está tudo bem e alcançar a vitória, porque a sua confiança estará firmada no Deus todo poderoso. Vai tudo bem contigo? Sim, com Cristo, tudo vai bem.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

CONFERÊNCIA MUNDIAL DE JUVENTUDE - 2010

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

O DIREITO À ALIMENTAÇÃO

Entrevista com o Presidente do CONSEA-MG, D. Mauro Morelli, sobre o “Dia Mundial da Alimentação”

Dom Mauro Morelli é presidente do Conselho de Segurança Alimentar de Minas Gerais e um dos maiores expoentes no Brasil da luta contra a fome e a desnutrição. Foi presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e também do Conselho de Segurança Alimentar de São Paulo, além de promotor e defensor da nutrição e alimentação para o mundo, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um dos formuladores do programa Fome Zero, integrou, junto com Betinho, a Ação da Cidadania contra a Miséria, a Fome e pela Vida e segue mobilizando diversos setores, dialogando com governos, universidade, empresas e sociedade civil na busca pela segurança alimentar. Para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, Dom Mauro Morelli concedeu uma entrevista ao Portal Conselhos MG na qual fala sobre os conselhos de políticas públicas, os desafios dessa luta e as mudanças necessárias na sociedade para que a segurança alimentar seja um direito efetivo para todos.

Qual o papel dos conselhos de políticas públicas na busca pela segurança alimentar no Brasil?

Em geral acho que um conselho está ligado ao grau de democracia que nós atingimos. O conselho pode ser tolerado, pode ser apenas um instrumento de ratificação de alguma coisa, pode ser um instrumento de consulta sério e pode chegar, inclusive, a ser um instrumento de ajuda ao governante. Uma das coisas que aprendi quando surgiu o primeiro conselho de segurança alimentar, é que você não apenas elege um governante. Você senta com ele, ajuda a responder os desafios da realidade - especificamente nesse caso da alimentação e nutrição- ajuda a elaborar respostas e contribui para que elas sejam de fato implementadas.

Eu vejo o lugar dos conselhos como uma expressão da democracia. Na minha compreensão, os conselheiros deveriam ser pessoas críticas. A crítica é uma leitura profunda da realidade que perturba. O crítico é aquele que fica perturbado com o que vê. Ele faz emergir uma verdade que incomoda a ele mesmo e sabe também apontar caminhos. Um bom governante precisa de bons críticos. Aí falamos da qualidade mais preciosa em um conselho, que é a postura do governante e de seus colaboradores – que são os conselhos – para enfrentar as questões, entendê-las sem pânico, com senso profundo de realidade e, além de tudo, descobrir caminhos, serem capazes de formular respostas. Esse é um caminho que eu acredito muito.

A dificuldade de um conselho é exatamente como ele vai ser levado a sério. Em uma sociedade autoritária, com uma cultura autoritária, e que tem uma estrutura de poder muito forte, qual a relevância de um conselho? Uma realidade normal do que você encontra pelo país afora são conselhos constituídos sem a participação do cidadão e que não têm de fato essa convocação para dar uma palavra séria, ainda que dura.

E por que o povo não acredita muito em conselhos? Porque ele sabe que o padre, o pastor, o prefeito, o governador têm poder. Se quer, faz, se não quer, não faz. Eu admiro qualquer governante que, na estrutura autoritária em que está envolvido, sabendo que tem o poder para fazer e desfazer, ainda tem a capacidade de valorizar a contribuição de seu povo. O povo tem ânsias, tem vivências, tem vontades, enxerga as coisas, mas não tem um canal efetivo para se expressar. O conselho seria um desses canais.

Qual a importância da criação do primeiro Conselho Nacional de segurança alimentar no Brasil?

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA) foi fruto de um acordo entre o presidente da república e o Movimento pela Ética na Política. O movimento indicou 19 dos 21 conselheiros e o presidente honrou toda a lista que estava lá. Nisso já tem um avanço, pois ele não escolheu o seu Conselho. E na ocasião, quem presidiu o Conselho não era governo. Eu fui presidente do Conselho e isso era uma situação única.

Em 93 o CONSEA inaugurou algo muito novo na composição, no acordo feito, no respeito da indicação dos nomes. Foi novo para inaugurar uma proposta de resposta a uma realidade, que era o desafio da fome na época, e conseguir grandes coisas. Aí se via toda a sociedade buscando entender, responder, com medidas emergenciais e também com medidas estruturais. Nós tivemos a primeira Conferência Nacional de Segurança Alimentar em 1994 com 1.800 delegados. Nós tivemos uma ação de emergência no Nordeste com a seca dos rios: chegamos lá com 8 mil caminhões, 12 mil soldados, fomos a 2 milhões de famílias em mais de mil e tantos municípios levando comida. Longe do que deveria ser, mas impressiona. Então acho que isso foi um momento especial.

Houve um momento maravilhoso, depois tudo vai caindo na real. Toda comunidade passa por um momento de muito vigor e depois as coisas vão se distendendo. Então é preciso que, constantemente, a gente recupere o vigor primitivo. E fizemos esse caminho.

O conselho mais antigo do Brasil é o de Minas Gerais, que está com dez anos. O que nós vivemos aqui, eu acho que é um exemplo: a primeira lei de segurança alimentar e nutricional do Brasil saiu daqui. Acho que isso também é novo. Na diversidade das visões ideológicas, as pessoas serem capazes de entender as questões fundamentais.

Eu acho que um conselho deve trabalhar também essa capacidade de valorizar as diferenças e se unir no clamor e na proposição de caminhos para superar e combater todos os dias as desigualdades e toda forma de discriminação. Acho que o conselho tem que ter essa maturidade.

O Brasil vive um momento de grande mobilização para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 047/2003, que inclui a alimentação entre os direitos sociais de todos os brasileiros. Qual impacto dessa lei?

Na cabeça dos religiosos e dos políticos, alimentação é um problema de assistência social, então geralmente é a primeira-dama que cuida. No próprio governo Lula a questão se estruturou como uma questão de assistência social e não de direito. Eu sempre digo que a assistência social no Brasil tem uma lei boa, que é a LOAS, é uma lei fundamental. O que não é bom é você tratar como assistência o que é um direito.

Não basta estar na constituição como um dos direitos sociais fundamentais. A nossa cultura trata a alimentação como uma questão religiosa, de piedade, de assistência. O Papa Bento XVI, em uma encíclica de junho, diz que para a Igreja, cuidar da alimentação dos famintos é um imperativo ético. Ele vai em frente dizendo que não é uma questão de caridade, é uma questão de justiça. Não se pode dizer que se fez caridade se aquilo era um direito da pessoa. É um negócio bastante sério. Isso explica porque não há grandes avanços, depois de todos esses anos.

Em junho desse ano, a lei nº 11.947, que prevê que 30% da alimentação escolar deve ser abastecida pela agricultura familiar, foi aprovada. Quais as expectativas de mudança a partir disso?

Com essa lei você abre caminho para uma grande mudança na produção dos alimentos. A lei convoca a agricultura familiar para ser a grande produtora de alimentos saudáveis, adequados, eu diria solidários, para a alimentação escolar. A lei diz que o prefeito deve comprar pelo menos 30% da agricultura familiar. Ela diz que é uma questão de educação. As escolas devem incluir em seu currículo a educação alimentar e nutricional, teórica e prática. A horta faz parte. A experiência de conhecer sementes, plantar sementes, preparar, cozinhar e comer é uma questão de educação, veja que progresso.

O prefeito deve procurar no seu município a alimentação. Se ele não tem, vai para o vizinho. Só atravessa a fronteira do estado quando ele não encontra no seu. O que a natureza oferece onde eu vivo, é um critério de nutrição. Esta lei diz assim: olhe para a natureza de sua região, organizem-se, recolham dali tudo o que é saúde para a criança. Então estou entusiasmado com o caminho que está aí.

O tema escolhido pela ONU para o Dia Mundial da Alimentação desse ano foi "Alcançar a Segurança Alimentar em Época de Crise". Como a crise pode impactar o futuro da alimentação?

O caminho que se tem pela frente é um caminho de busca, de perseverança, de humildade. Nós estamos hoje atravessando uma grave crise de alimentos no mundo por causa da economia globalizada em crise. Mas essa crise pode ser que se resolva. Em relação ao alimento, tenho uma posição meio radical: enquanto o alimento for moeda, vai haver degradação ambiental, exclusão e fome no mundo. Pobres, ricos, mulheres e homens somos todos iguais na necessidade de alimentação, embora nas oportunidades não.

Eu acho que a crise que está no mundo é muito grande e a crise ambiental vai tornar essa questão mais grave ainda. Todo o sistema agroalimentar vai ser sacudido pela questão ambiental. A Sibéria produziu o que nunca foi capaz de produzir, enquanto a África está estorricada. Acho que nos estamos em uma crise de civilização, não só de economia. Então uma nova sociedade tem que emergir porque essa nossa é insustentável. Fico feliz de ser semente e peço a Deus que seja uma semente boa e uma pequena luz. Se você me perguntar aonde nós chegamos, eu digo: a luz está acesa e as sementes estão por aí. Agora o desafio de mudança é muito grande. Chegou o tempo de mudança, é o tempo do novo.

Por que alimentação deve ser tema prioritário nas políticas públicas?

Depois da vida, o primeiro direito é o da alimentação, pois tudo mais depende disso. Se uma criança não tiver a alimentação adequada, seus neurônios não vão se desenvolver e ela não vai atingir o grau de desenvolvimento psicológico e de inteligência que um ser humano pode ter. O Conselho de Segurança Alimentar, sem querer ser arrogante, é a base de todos os outros. Como você vai fazer educação sem alimentação? O direito a alimentação é precioso para o idoso, ele é precioso para o são, ele é precioso para a criança, pro estudante. Então qualquer conselho devia colocar em sua agenda a questão da alimentação e da nutrição das pessoas. Alimento mexe com tudo, com a inteligência, o bom humor, a criatividade. Você pega os oito objetivos do milênio e vai ver: o alimento e a nutrição são a base ou a razão de ser de todos os objetivos.

Quando começa a agricultura, você começa todo um desenvolvimento cultural. Desenvolve a mecânica, a engenharia, a medicina. A partir da descoberta do canteiro que as mulheres começaram a cultivar é que os homens começaram a se assentar. Você tem toda a tecnologia, todos os hábitos que se desenvolvem, os ritos, as celebrações, tudo que conhecemos está ligado a uma semente que foi trabalhada e domesticada. Aí o homem saiu da insegurança alimentar e passou a viver um estágio de segurança alimentar, no qual se produz o que se precisa comer. E hoje nós temos que entender de novo esse equilíbrio. Não tire mais do que você precisa do meio ambiente, e tire com gratidão.

Fonte: Luciana Vidal – IGS/CEMAIS

domingo, fevereiro 07, 2010

SERÁ QUE DEUS MUDOU? Salmo 77

SERÁ QUE DEUS MUDOU?

Salmo 77

A Deus levanto a minha voz e grito! A Deus levanto a minha voz, e ele me ouve!

No dia da angústia eu procuro pelo Senhor. À noite estendo a mão, sem descanso, e a minha alma recusa consolo.

Lembro-me de Deus e fico gemendo, medito e sinto-me desfalecer.

Tu me seguras as pálpebras dos olhos, fico agitado e nem posso falar.

Penso nos dias de outrora, recordo os anos longínquos.

De noite reflito em meu coração, fico meditando e pergunto:

O Senhor vai rejeitar-me para sempre? Nunca mais será favorável a nós?

Sua misericórdia já se esgotou? Sua promessa terminou para sempre?

Será que Deus se esqueceu de sua bondade ou fechou as entranhas com ira?

E eu digo: "Este é o meu mal: a direita do altíssimo mudou!"

Lembro-me das proezas de Javé, recordo tuas maravilhas de outrora,

medito tuas obras todas, e considero tuas façanhas.

Ó Deus, o teu caminho é santo! Que Deus é grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas, mostrando às nações a tua força.

Com teu braço resgataste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.

O mar te viu ó Deus, o mar te viu e tremeu, e as ondas estremeceram.

As nuvens derramaram suas águas, as nuvens pesadas trovejaram, e as suas flechas ziguezagueavam.

O estrondo do teu trovão rondava, teus relâmpagos iluminavam o mundo, e a terra se agitou estremecida.

Abriste um caminho entre as águas, uma senda nas aguas torrenciais, sem deixar rastro dos seus passos.

Guiaste o teu povo como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Aarão.


REFERÊNCIA

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo e Euclides Balancin – Editora Paulus – SP – 1991.