sábado, dezembro 31, 2011

ADEUS ANO VELHO!

ADEUS ANO VELHO!

Apesar de ter sido muito difícil, eu gostei de 2011. Neste ano eu tive a felicidade de alcançar objetivos importantes e há muito tempo sonhados. Minha expectativa é que 2012 seja um tempo de consolidação e de estabilidade.

Um texto bíblico que me sustentou o ânimo durante as crises foi: "Mas, em todas essas coisas somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou". Romanos 8.37. Somos mais do que vencedores, porque mesmo nas situações que não terminam da maneira que desejamos, a graça divina se encarrega de transformar os maus resultados em novas oportunidades para irmos além e superarmos as limitações. "Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o projeto dele". Romanos 8.28

Despeço-me de 2011 com alegria e desejo a todos um fantástico 2012!

segunda-feira, dezembro 26, 2011

O GRANDE SACRIFICIO EM CORDEL

sábado, dezembro 24, 2011



NOITE SANTA

Mark Hayes & Adolphe Adam

Noite de Amor, estrela radiante.
Porque nasceu o menino que é Deus.
Para salvar o homem do pecado,
Com grande glória se abrem os céus.
***********************************
O mundo enfim exulta de esperança,
Na noite em que nasceu o salvador
Cristo é o Rei. Agora e para sempre,
Natal, Natal! Nasceu o Redentor.
***********************************
O redentor livrou-nos do pecado,
E livres somos para adorarmos o Pai.
Cheios de amor levemos a mensagem,
Do evangelho do nosso Senhor.
***********************************
Felizes cantaremos a esperança,
Jesus o Rei dos reis e Salvador,
Cristo é o Rei agora e para sempre.
Natal, Natal! Nasceu o Redentor.

Amazing Grace

Jesus Alegria dos Homens - Johann Sebastian Bach

sexta-feira, dezembro 23, 2011

NATAL, UMA VEZ POR ANO - Ricardo Gondim

NATAL, UMA VEZ POR ANO - Ricardo Gondim

Ricardo Gondim

Eu era menino e achava que o natal devia acontecer todas as semanas. Depois, na adolescência, pensei que um por domingo era demais. Na vida adulta, acabei me contentando com dois natais: o meu e o de Cristo.

Chego à madureza sem detestar ou supervalorizar o natal.

Acho bom que uma vez por ano pelo menos, alguns saiam da rotina e visitem hospitais, lares de idosos, creches. Sei, sei, isso devia ser feito semanalmente. Concordo, natal serve para aliviar a consciência de quem gastou os outros trezentos e sessenta e poucos dias do ano basicamente com ele mesmo. Mas não sejamos tão cruéis com a humanidade – pequenos gestos valem.

Acho bom que uma vez por ano pelo menos, procuramos nos comportar como o Samaritano da parábola. Mesmo com todo o apelo consumista, intuitivamente, recordamos que Jesus de Nazaré contou aquela estória não só para nos ensinar a ser bons, mas para deixar claro quem viverá com Deus. Certo rapaz perguntou-lhe o que devia fazer para herdar a vida eterna. “Ame a Deus e ao seu próximo”, respondeu o Rabino de Cafarnaum. Como não estava mesmo interessado com a resposta, o mancebo retrucou: “E quem é o meu próximo?” Daí nasceu a parábola: “Um homem viajava por uma estrada deserta e perigosa. Assaltantes o abordaram e tiraram tudo o que possuía; depois de espancar, deixaram o pobre meio morto na beira da calçada. A caminho dos ofícios religiosos, passavam por ali sacerdote e teólogo. A dor do que agonizava não os sensibilizou. Eles não pararam; provavelmente, sem tempo para socorrer o moribundo. Mas um estrangeiro o viu naquele estado miserável e se condoeu. Parou e cuidou dele”. O arremate de Jesus foi contundente: “Aprenda a reconhecer no desconhecido o seu próximo. Se quiser herdar a vida eterna, cuidado, nunca seja indiferente; aja como o samaritano”.

Acho bom que uma vez por ano pelo menos, nos lembramos de reunir família e gente querida ao redor da mesa. Juntos fazemos uma refeição litúrgica e comer se torna um rito sagrado. Avisamos à alma: precisamos parar e esperar uns pelos outros. Dizemos que “com-panhia” (com-pão) tem a ver com a alegria de repartir. De tarde, enquanto se prepara a comida, do forno quente brotam memórias. Empilhados, cada prato tem dono (alguns se foram, meu Deus, quanta saudade!). E o brinde promete continuarmos juntos, venha o que vier. Jantamos. As grades do berço primordial, que um dia nos protegeu, ganham ares de parapeito. As pessoas que amamos são o parapeito, a segurança mínima, que precisamos na vida inclemente, e no precipício do tempo.

Acho bom que uma vez por ano pelo menos, acendemos luzes e, de alguma forma, nos conectamos a Deus, pai das luzes, que não abriga sombra em seu caráter. Se somos ambíguos e sutis em nosso convívio, no natal procuramos ser íntegros. Esforçamo-nos para não deixar o lado cavernoso, dissimulado, escuro, reinar sobre o resto de nossa humanidade. Escrevemos votos de alegria, reanimamos a esperança e apostamos na grandeza do outro.

Acho bom que uma vez por ano pelo menos, celebramos o Deus menino. O reino celestial, nos garantem os Evangelhos, tem características infantis. Cristãos festejam a fragilidade do bebê que dependeu dos braços maternos e das decisões paternas para sobreviver. Esvaziado, humilde e carente, Deus se revelou à humanidade numa estrebaria. Talvez nessa revelação repouse a mais alvissareira mensagem do cristianismo: Deus abraçou a humanidade em sua pequenez. Desde cedo, no desterro do Egito, conviveu com olhares odiosos. Criticado dentro de casa, soube amargar a incompreensão. Caçado e morto por sacerdotes e políticos promíscuos, experimentou o abandono derradeiro. No que sofreu, Jesus se tornou o patrono dos desgraçados, paraninfo dos sem-teto, amigo de proscritos. Ele é o ânimo dos que se desgastam pela justiça; o aceno de esperança para os que nadam contra a correnteza. Nele reside a promessa de que o bem semeado no mar da iniquidade jamais será esquecido.

Acho bom que uma vez por ano pelo menos, cuidamos para que cínicos não tomem conta da vida. Sempre vale a pena celebrar, se acendemos uma centelha, um brilho, nos olhos de algum pobre, doente, idoso, discriminado, exilado, viciado, abandonado. Se não conseguirmos, podemos até fingir que estamos alegres no natal; quem sabe a gente gosta de se sentir alegre e quer repetir o natal em outros dias?

Soli Deo Gloria

extraído do site: www.ricardogondim.com.br.

quarta-feira, novembro 16, 2011

A IMPACIENTE EXPECTATIVA DA CRIAÇÃO

A IMPACIENTE EXPECTATIVA DA CRIAÇÃO

Penso que os sofrimentos do momento presente não se comparam com a glória futura que deverá ser revelada em nós. A própria criação espera com impaciência a manifestação dos filhos de Deus. Entregue ao poder do nada - não por sua própria vontade, mas por vontade daquele que a submeteu -, a criação abriga a esperança, pois ela também será liberta da escravidão da corrupção, para participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. Romanos 8.18-21

Este texto remete à esperança cristã, que não é apenas escatológica, mas alcança o momento presente, cheio de ansiedade na luta diária pela sobrevivência.

Paulo fala sobre do dilema da vida, em que o sofrimento e a redenção caminham lado a lado, pois, uma olhada na situação ao alcance da vista, mostra um quadro bastante complicado, com agressões ao meio ambiente e crises das mais diversas atingindo países e instituições, que antes eram consideradas muito sólidas.

Tudo isto pode parecer muito distante, mas o mundo globalizado eliminou as fronteiras, principalmente no que se refere às finanças fazendo com que os reflexos de qualquer evento, se espalhem instantaneamente por todo o planeta.

Quando o apóstolo contempla as tribulações da vida presente ele o faz a partir da perspectiva da redenção. No meio de tantos problemas, ele pode caminhar tranquilo, porque sabe que algo melhor lhe espera mais adiante.

A criação sofre com o resultado do pecado. Em desequilíbrio, a natureza produz o caos, respondendo às agressões que tem sofrido. Os ricos estão tranquilos, pois suas casas estão protegidas contra os rigores da tempestade. Os mais pobres, elo mais fraco desta corrente, se angustiam, porque não possuem tantos meios para defender-se.

Quando tudo vai mal, os ricos abandonam as suas casas e se mudam para os melhores lugares, deixando como herança a terra devastada. Aos pobres, resta a opção de viver, pelo tempo que lhes for concedido, nos lugares onde ninguém deseja permanecer tais como: antigos lixões, encostas de morro ou terrenos abandonados.

Quando estas áreas começam a apresentar algum interesse comercial, se inicia o processo de remoção, para que a oportunidade do lucro não seja perdida.

A grande injustiça da sociedade capitalista está em que não existem condições de se manter o padrão atual de consumo e estendê-lo igualmente para que todos os habitantes da terra usufruam de seus benefícios. Então, para que poucos acumulem muito, muitos precisam viver na miséria, sem perspectivas de vislumbrar qualquer melhoria.

Mas nem tudo está perdido, pois a criação abriga a esperança de redenção, a partir do caos em que ela se encontra atualmente.

Durante milhões de anos a terra viveu e sustentou-se muito bem se qualquer vestígio da presença humana. A natureza não depende do homem para se recompor, após cada desastre, ela mesma vai se reorganizando para voltar a se apresentar com toda a sua exuberância original.

A esperança cristã é exatamente esta, de que um dia possamos viver num mundo onde não haja injustiça, fome tristeza ou violência. É por isso que oramos e pregamos a boa nova do evangelho.

Quando absorvemos o evangelho e começamos a espalhar a sua semente no coração das outras pessoas, temos a oportunidade para estabelecer uma agenda ministerial libertadora, que não se preocupe apenas com as questões internas da igreja, mas que aborde os temas sensíveis da sociedade e repudie com veemência toda a manifestação de opressão e injustiça que teime em se legitimar pelo silêncio das lideranças acomodadas.

A redenção que esperamos, trará paz e liberdade e ela começa a partir do momento em que o Reino de Deus se estabelece em nosso coração. Que sejamos estes agentes de transformação social que Jesus sonhou quando estabeleceu a igreja na terra, para dar continuidade ao seu ministério.

quarta-feira, novembro 02, 2011

A CERTEZA QUE É FRUTO DO ESPÍRITO

A certeza que é fruto do Espírito

"Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. E vocês não receberam um Espírito de escravos para recair no medo, mas receberam um Espírito de filhos adotivos, por meio do qual clamamos: Abba! Pai! O próprio Espírito assegura ao nosso espírito que somos filhos de Deus. E se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros junto com Cristo, uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória". Romanos 8.14-17

Introdução

A característica marcante da pós-modernidade é a ausência da certeza. O avanço da tecnologia produz tal quantidade de informação, que é praticamente impossível assimilar tudo adequadamente.

A relativização das ideias fragmentou o conceito de certo e errado determinando que cada um possui a sua verdade particular e, dependendo do ponto de vista, a que é submetido, todos têm razão.

As relações de trabalho se degradam a olhos vistos e o crescimento dos índices de desemprego estimula a concorrência desleal, que deixa o trabalhador inseguro em relação ao futuro.

Diante deste cenário caótico, a Bíblia aponta para um fato que nos garante conforto, acolhimento, segurança e a certeza de que pertencemos à família de Deus:

1) Somos filhos porque fomos escolhidos.

Paulo não deixa espaço para dúvidas: "Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. A primeira consequência deste reconhecimento é assumir uma postura diferente diante das exigências apresentadas pela vida.

Ao dizer que não somos mais escravos, ele afirma que não somos objetos que se prestam a esta ou aquela utilização, mas que possuímos identidade somos filhos e não precisamos temer o relacionamento familiar.

O filho não teme porque confia que o seu pai lhe oferecerá carinho e proteção. A condição de adotado não lhe causa desconforto, porque ele sabe que foi escolhido e acolhido com amor no coração paterno.

Esta certeza não está apoiada em pressupostos frágeis, por que...

2) A convicção de ser filho de Deus é dada pelo Espírito Santo.

O próprio Deus confirma em nosso coração e oferece um testemunho plenamente confiável da nossa condição. Não há porque temer a rejeição.

“Contrapondo-se ao egoísmo, a ação do Espírito cria um novo tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família. Agora podemos chamar Deus de Pai, pois somos seus filhos e isto é a base de relações sociais recompostas: o clima de família se alastra porque todos são irmãos”. [1]

Olhar o outro como irmão significa acolher esta pessoa da mesma forma que fomos recebidos por Deus. Ele deixa de ser estranho ou estrangeiro e passa a ser parte da minha família. Por conta disso, eu passo a me importar com a sua vida e o seu futuro.

Fazer parte desta família espiritual traz um privilégio, que é a intimidade. Deus quer estar próximo, por isso permite que o chamemos de paizinho (Abba pai). Não existe nada melhor do que saber que podemos voltar para casa e encontrar ali tranquilidade, proteção e o alívio das tensões diárias.

O Espírito Santo trata de afastar qualquer dúvida que venha a assaltar o nosso coração assegurando-nos de que somos filhos e que nada pode revogar esta condição diante do pai.

3) Ser filho de Deus nos torna participantes de sua glória.

O ato de reconhecimento de paternidade traz consigo o direito dos filhos à herança. No caso humano isto se refere aos bens da família. Mas “A herança prometida por Deus aos ‘que são guiados pelo espírito’ consiste em participar do Reino. Isto implica a seriedade de um testemunho como o de Jesus Cristo” [2].

Participar do Reino é ter a oportunidade de olhar para o mundo onde vivemos com um olhar inconformado. Este inconformismo deve ser o estopim para a busca de transformações efetivas para a sociedade.

Em seu ministério, Jesus não foi condescendente com as injustiças que presenciou. Ser participante da glória de Deus é um privilégio, que carrega em si a responsabilidade de cuidar dos nossos irmãos que sofrem as consequências da pobreza e da exploração.

Da mesma forma que cuidamos do bem estar da nossa família, precisamos nos importar com a sociedade, para que ela se torne um lugar mais justo. Assim, seremos capazes de ver o Reino de Deus se estabelecendo e vencendo o pecado. Esta é a herança de filhos, que nos está reservada.

Conclusão

Neste tempo de alta competitividade e solidão é alentador saber que podemos fazer parte de uma família que nos recebe amorosamente, apesar das imperfeições que fazem parte da condição humana.

A certeza que o Espírito Santo oferece de que somos filhos amados de Deus não nos desconecta da vida real e de seus sofrimentos, mas anima o coração a resistir, porque conforme a bíblia afirma: “uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória”.

Participar da glória divina é consolidação da esperança cristã. Enquanto esperamos que ela se realize, podemos espalhar a mensagem do evangelho, para que mais pessoas entendam que o Reino de Deus começa agora e vai nos acompanhar por toda a eternidade.

Precisamos aprender a entregar as nossas angústias nas mãos daquele que nos ama de verdade. Precisamos aprender a descansar como crianças nos braços do Pai. Precisamos aprender a ser filhos de Deus.

NOTAS

1 e 2 – BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – p. 1383.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991.

segunda-feira, outubro 24, 2011

Esperança no Meio da Crise

Esperança no meio da crise by compartilhandopalavras

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Esperança no Meio da Crise

Efésios 3.16-20

Introdução

Numa conversa em casa minha mãe me perguntou: Como a religião nos prepara para suportar as pancadas da vida? Na hora a minha resposta limitou-se ao lugar comum, a repetir aquelas expressões que ouço desde que comecei a frequentar a igreja: Deus é bom, ele nos protege, espera milagres, etc. Todas estas afirmações são corretas, mas eu não fiquei satisfeito e continuei pensando sobre o assunto.

Alguns dias mais tarde, pensei sobre a fé em Deus e na importância que ela teve para me ajudar a superar as dificuldades da vida, que não foram poucas. Cheguei à conclusão de que é o relacionamento com Deus que faz toda a diferença na hora em que a tempestade chega com força.

O texto de Efésios 3.16-20 sempre me vem à mente nas horas difíceis. Ao estuda-lo podemos ver o quanto o relacionamento com Deus pode nos ajudar a encontrar esperança, mesmo no meio de uma grande crise.

Para facilitar o entendimento da mensagem, dividiremos o texto em três partes:

I

"Que ele se digne, segundo a riqueza da sua glória, fortalecer a todos vocês no seu Espírito, para que o homem interior de cada um se fortifique. 17 Que ele faça Cristo habitar no coração de vocês pela fé". Efésios 3.16-17a.

Para enfrentar uma trilha difícil, é preciso estar bem alimentado. Quando alguém está fraco, à medida que o tempo passa, a força se reduz sinalizando que o corpo está sentindo falta da alimentação que não recebeu. Dependendo do preparo físico, a pessoa não conseguirá chegar ao fim do caminho e terá que voltar para receber ajuda.

A boa alimentação produz força para seguir em frente, ela torna o corpo resistente às doenças que debilitam, desanimam, roubam a energia vital e podem até matar.

Fortalecer o espírito também é importante, pois é complicado acordar, sair de casa, enfrentar o trânsito para trabalhar e pensar que o final do mês está se aproximando e que o dinheiro não será suficiente para pagar todas as contas.

O texto bíblico afirma: “segundo a riqueza da sua glória, fortalecer a todos vocês no seu Espírito, para que o homem interior de cada um se fortifique”. Quando o espírito está forte, temos condições de suportar a luta diária pela sobrevivência, para enfrentar as incertezas e as crises, que estão rondando e aparecem para causar problema e tirar a paz.

O apóstolo Paulo ressalta a fé como o ponto de partida para a nossa união com Deus. A fé nos aproxima do Pai celestial. Este contato proporciona a consciência do amor de Cristo. Conscientes deste amor, podemos cuidar do alicerce de nossa fé.

II

"Enraizados e alicerçados no amor, vocês se tornarão capazes de compreender, com todos os cristãos, qual é a largura e o comprimento, a altura e a profundidade, de conhecer o amor de Cristo, que supera qualquer conhecimento, para que vocês fiquem repletos de toda plenitude de Deus". Efésios 3.17b-18

As árvores suportam ventos fortes no momento da tempestade. Quando estão bem enraizadas elas se vergam, mas não caem. Aquelas que estão doentes, ou com o tronco comido pelos cupins, não resistem, e causam muitos prejuízos.

Casas bonitas e bem arrumadas também sofrem as consequências da falta de um alicerce profundo e são levadas pela enxurrada causada por uma chuva mais forte. Quanto mais enraizados e alicerçados estivermos em Cristo, termos mais condições para resistir no dia mau.

Este enraizamento é fruto de um relacionamento com Deus. Uma árvore não cresce de um dia para o outro, ela precisa de tempo para se desenvolver e aprofundar as suas raízes no solo.

Da mesma forma acontece na vida com Deus, se cultivamos um relacionamento com ele, na hora em que a necessidade aparecer, saberemos onde buscar. Quando estamos fortes, mesmo que as pancadas nos atinjam de forma dolorida, elas não irão nos derrubar.

As amizades se fortalecem com o tempo. Quanto mais investimos em conhecer alguém, mais chances haverá para descobrir interesses comuns, preferências, até que chegar ao ponto de entendermos o que o outro quis dizer apenas com um olhar.

Devemos nos envolver com Deus de tal forma que não sejam necessárias muitas palavras, seja para expressar os nossos sentimentos, ou para ouvir a sua doce voz.

Conhecer intelectualmente o amor de Deus não é suficiente. É necessário experimentá-lo. A partir do momento em que estamos alicerçados e enraizados no amor, podemos compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo.

Estes conceitos remetem às construções que traze a ideia de uma casa onde podemos entrar e encontrar proteção e refúgio do mundo ameaçador. O lar é o nosso lugar, que transmite segurança e paz.

O Senhor nos convida a habitar em seu amor e a descobrir que a bênção que ele nos oferece, supera qualquer expectativa que possamos ter do que seja melhor.

Ao compreender esta dimensão do cuidado divino, podemos olhar as dificuldades de um novo patamar, o da esperança. Não temos a capacidade para resolver todos os problemas, mas confiamos naquele que pode cuidar daquilo que escapa ao nosso controle.

III

"Deus, por meio do seu poder que age em nós, pode realizar muito mais do que pedimos ou imaginamos; a ele seja dada a glória na Igreja e em Jesus Cristo por todas as gerações, para sempre. Amém!" Efésios 3.19-20.

Fazer muito mais é transformar o mal em bênção. Ao olhar para a minha vida posso contar muitas situações que poderiam gerar consequências terríveis, mas que me proporcionaram coisas boas, quando foram colocadas na perspectiva do amor divino.

Em alguns momentos difíceis, eu achei que estava sozinho, mas ao analisar todos os fatos, percebo o quanto fui ajudado por pessoas que estiveram ao meu lado e me ampararam. Elas representaram a presença de Deus me consolando e renovando as forças.

Estas bênçãos precisam ser colecionadas no coração, armazenadas na memória para que sejamos capazes de recordá-las nos tempos difíceis e consigamos renovar a esperança.

Fazer muito mais é trazer novas perspectivas para a vida a partir das tragédias pessoais. Não é somente o desemprego e a falta de dinheiro que atrapalham a vida. A doença, o acidente e até mesmo a morte, podem surpreender e nos deixar sem chão. Ainda que estes problemas machuquem, nos façam chorar, Deus tratará de cada situação e revelará novas perspectivas.

Decisões erradas produzem arrependimento, mas Cristo estabelece pontos de restauração, que permitem a construção de uma nova história, cuja matéria prima está nos cacos da antiga.

Fazer muito mais, na perspectiva divina, é poder contemplar os pequenos milagres do cotidiano. Isto é importante porque às vezes a situação está muito complicada, mas temos a oportunidade de ver Deus atuando em alguns detalhes, que se são prestarmos a devida atenção, passarão despercebidos.

Uma conversa com o amigo, a visão do por do sol, uma viagem ou um passeio. Coisas simples no dia a dia, que vão encher o coração de alegria. Estes são pequenos milagres que acontecem e nos ajudam a caminhar. Quase sempre eles não resolverão todo o problema, mas trarão conforto e consolo para a alma.

Fazer muito mais é não perder a capacidade de sorrir, mesmo sentindo dor. A alegria de que a bíblia fala, é fruto de uma esperança que não está associada à situação presente, mas à fé que tem a certeza de que, independentemente do resultado, tudo vai colaborar para o bem daquele que ama a Deus. Sorrir, ainda que sentindo dor, traz saúde ao coração.

Conclusão

O apóstolo Paulo tinha experiência com as situações difíceis e podia falar com autoridade sobre como o seu relacionamento com Deus produziu a esperança que lhe fortaleceu para superar as crises que ele precisou enfrentar ao longo do seu ministério.

Em II Coríntios 4.8-9 ele define como o poder de Deus opera levando-nos mais além do que podemos imaginar: "Somos atribulados por todos os lados, mas não desanimamos; somos postos em extrema dificuldade, mas não somos vencidos por nenhum obstáculo; somos perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados".

Esta é a essência que da bênção de Deus. Ela não nos retira do mundo nem nos livra dos problemas, mas nos ajuda a vencê-los. Ela nos ajuda a rir, apesar de tudo, porque a nossa alegria está mais adiante, nas mãos do Pai.

Um entendimento que obtive a partir das dificuldades que enfrentei é o seguinte: Por mais demorada que seja uma provação, ela sempre passa. Por mais complicado que seja um problema, ele termina. Quando deixamos a semente da esperança florescer no coração, somos capazes de enfrentar os problemas e chegar ao fim alegres e com saúde.

Precisamos habitar no amor de Deus, trazer as suas promessas para o nível da realidade. É nesta esperança que eu desejo finalizar a mensagem convidando-os para orar e receber a bênção do Senhor.

sexta-feira, outubro 21, 2011

Desafios da Educação - Isabele Rangel

domingo, outubro 16, 2011

O TEMPO DA ORAÇÃO

O TEMPO DA ORAÇÃO

Debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa: Tempo para nascer e tempo para morrer. Tempo para plantar e tempo para arrancar a planta. Tempo para matar e tempo para curar. Tempo para destruir e tempo para construir. Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para gemer e tempo para bailar. Tempo para atirar pedras e tempo para recolher pedras. Tempo para abraçar e tempo para se separar. Tempo para procurar e tempo para perder. Tempo para guardar e tempo para jogar fora. Tempo para rasgar e tempo para costurar. Tempo para calar e tempo para falar. Tempo para amar e tempo para odiar. Tempo para a guerra e tempo para a paz. Eclesiastes 3.1-8

Introdução

Em suas observações sobre a vida o Sábio escritor do livro do Eclesiastes notou que ela está repleta de momentos contraditórios: paz, guerra, amor, ódio, etc.

Como é impossível possuir o controle absoluto sobre a existência, o ser humano costuma utilizar a oração como um auxílio, uma válvula de escape para a alma atribulada.

Ao falar sobre a oração tratamos obrigatoriamente sobre o tempo cronológico e as questões que ele desperta: porque esperamos tanto por algumas respostas que nem sempre são tão claras? O que fazer com as orações que não são respondidas? Quais são os tempos da oração?

O primeiro tempo da oração é o tempo da necessidade, quando tudo parece dar errado. O sábio chama estes momentos de: “Tempo para morrer, tempo para chorar, tempo para destruir”. Quando a saúde dá um susto, quando esgotamos todos os nossos recursos, nos lembramos da importância da oração começamos a pratica-la.

Ao invés de diálogo, esta oração se assemelha a uma lista de compras, com inúmeros itens desejados e o relacionamento com Deus fica no segundo plano, sufocado pelas necessidades.

O segundo tempo da oração é o tempo de esperar: quando o coração aperta de ansiedade: “Tempo para gemer, tempo para procurar, tempo para calar”.


O instantâneo é a exigência de nosso século. As redes sociais, smartphones, e-mails, tablets nos conectam a internet e tornam a comunicação imediata. Em consequência disto, ninguém tem mais paciência para esperar.


Neste ambiente a oração parece não fazer muito sentido, porque ela remete à inatividade. Quando oramos nos recolhemos e abandonamos as atividades normais, para suplicar a ação divina em resposta às nossas demandas.


A oração é um período de aparente imobilidade, mas ela move as regiões espirituais, e produz resultados que fogem à capacidade humana de intervenção.


O terceiro tempo da oração é o tempo da resposta, quando um ciclo se fecha e outro se inicia. O escritor do Eclesiastes fala: “tempo para curar, tempo para rir, tempo para amar”. É o tempo para aproveitar e curtir a bênção


Algumas respostas apontam caminhos diferentes. Quantas vezes planejamos seguir um determinado caminho e na hora de colocar em prática, aparecem desvios que nos obrigam a reprogramar a rota inicialmente planejada.


Outras respostas não vêm como desejamos. Esperávamos o sim, mas veio o não e ficamos bastante chateados. As orações respondidas negativamente oferecem a oportunidade para reorganizar a vida e abandonar planos que não dariam certo e só consumiriam o nosso tempo em vão.


O relacionamento com Deus, fruto da oração habitual, nos concede sabedoria para identificar as respostas divinas e transformá-las e bênção para a vida.

As orações respondidas acalmam o coração e marcam o encerramento de um ciclo. Por mais difícil e demorada que uma crise pareça, ela sempre passa e um dia, vamos olharemos para traz e vamos perceber o quanto crescemos ao enfrentar estes problemas.

A vida continua, outros desafios aparecerão, vão exigir novos esforços e receberão novas respostas, que fortalecerão a fé e alimentarão a esperança para viver a dinâmica dos ciclos da vida: “tempos de calar, de sofrer, de rir de amar e celebrar”.

Conclusão

A caminhada por uma trilha na floresta tem momentos em que precisamos parar para tomar fôlego e beber água. Alguns pontos são íngremes e exigem um esforço bem maior, mas o final é recompensado com uma bela paisagem e todo o cansaço do caminho se transforma em alegria.

Antes mesmo de ser atendida ou não, o maior milagre que a oração proporciona é o relacionamento que nos aproxima de Deus. Ela tira o nosso olhar da limitada dimensão humana e mostra as infinitas possibilidades divinas de transformar o mal em bem e a tristeza em alegria.

Nos braços do Pai ouvimos a sua voz dizendo que somos filhos amados, recebemos o conforto, a cura e a vida adquire um novo sentido.

quinta-feira, outubro 06, 2011

A MEDIDA CERTA DA FÉ - Será que existe alguma?

A MEDIDA CERTA DA FÉ

Será que existe alguma?

Jesus, Pedro, Tiago e João chegaram perto dos outros discípulos, viram que eles estavam rodeados por uma grande multidão. Alguns doutores da Lei estavam discutindo com eles. Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para cumprimentá-lo. Jesus perguntou aos discípulos: “O que é que vocês estão discutindo com eles?” Alguém da multidão respondeu: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram.” Jesus disse: “Ó gente sem fé! Até quando deverei ficar com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam o menino aqui.” E levaram o menino. Quando o espírito viu Jesus sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e começou a rolar e a espumar pela boca. Jesus perguntou ao pai: “Desde quando ele está assim?” O pai respondeu: “Desde criança. E muitas vezes já o jogou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos.” Jesus disse: “Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé.” O pai do menino gritou: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé.” Jesus viu que a multidão corria para junto dele. Então ordenou ao espírito mau: “Espírito mudo e surdo, eu lhe ordeno que saia do menino e nunca mais entre nele.” O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino ficou como morto e por isso todos diziam: “Ele morreu!” Mas Jesus pegou a mão do menino, levantou-o, e o menino ficou de pé. Depois que Jesus entrou em casa, os discípulos lhe perguntaram à parte: “Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?” Jesus respondeu: “Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração.” Marcos 9.14-29

Introdução

No ambiente religioso é comum ouvir pastores exigindo determinados compromissos de seus fiéis oferecendo como garantia promessas grandiosas, feitas em nome de Deus, dando certeza de que elas serão integralmente cumpridas.

Quando tudo dá certo é ótimo, todos ficam felizes, mas se algo não acontece como foi previsto, estes líderes se apressam em passar a responsabilidade adiante com a seguinte frase: “Você não teve fé suficiente, por isso não conseguiu ver o milagre”.

Diante de seus discípulos atrapalhados com o exorcismo mal sucedido e do pai aflito, Jesus tocou nesta questão que é muito importante para a vida devocional: Existe uma quantidade mínima de fé, capaz de fazer com que as orações sejam respondidas?

Vejamos o que a bíblia nos diz:

Este texto apresenta uma sequência de acontecimentos. O primeiro deles mostra que uma grande necessidade foi apresentada aos discípulos: Um rapaz estava seriamente enfermo. O texto do evangelista Marcos fala que o jovem era possuído por um espírito mudo, e o relato de Mateus informa que ele era epilético. Temos nestas duas afirmações um espaço que nos permite abordar tanto a questão da enfermidade, quanto a espiritual.

Aquele pai conhecia o ministério de Cristo, e quando soube que ele estaria presente na sua cidade, encheu o seu coração de esperança por saber que, de alguma forma, Jesus poderia trazer uma resposta para a sua oração, que se apresentava na forma da necessidade crônica de seu filho.

Ao avistar os discípulos, apresentou-lhes o rapaz e ficou decepcionado ao ver que eles não foram capazes de resolver o problema. Quando Jesus se aproxima, o pai faz uma nova tentativa: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram”.

É interessante perceber que Jesus ficou irritado com aquela situação: “Ó gente sem fé! Até quando deverei ficar com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam o menino aqui”. Obviamente que esta irritação foi dirigida aos discípulos pela falta de maturidade que eles demonstraram para resolver o problema da forma que ele precisava ser solucionado.

Jesus assumiu o controle da situação, foi apresentado ao rapaz e questionou ao pai sobre há quanto tempo aquele problema se manifestava. Um detalhe a ser observado é que problemas familiares prolongados abalam a estrutura familiar.

Jesus ouve o clamor do coração de alguém cansado de esperar. Ao longo dos anos este pai deve ter enfrentado tantas decepções no seu objetivo de ver o seu filho curado, que quando ele se dirige a Jesus as suas palavras exprimem o desânimo da sua alma. “Se puderes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos”.

A próxima situação que o texto de Marcos nos apresenta é o paradoxo da fé de um pai desesperado. Ele ouve o desafio de Jesus: Tudo é possível para quem tem fé. Da mesma forma que aquele homem tinha fé, ele está tão desiludido, que se aquele encontro não resultasse em nada, ele não iria se admirar. Sempre foi assim.

Mas, ao reconhecer a sua fraqueza diante do drama familiar: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé”, o pai teve a oportunidade de contemplar a sua oração sendo respondida: “O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu”.

Conclusão

Os discípulos conviviam com Jesus há bastante tempo e tiveram a oportunidade de presenciar muitos milagres, mas não estavam maduros o suficiente para lidar com os desafios que as necessidades humanas apresentam aos ministros do evangelho.

A surpresa demonstrada quando perguntaram: “por que nós não conseguimos expulsar o espírito?”, expõe o fato de que eles conheciam a teoria da oração, mas ainda não eram capazes de crer no poder de Deus para respondê-la.

O pai daquele jovem enfermo-endemoniado, não sabia mais o que fazer, suas poucas esperanças foram reunidas em cacos e apresentadas a Jesus. Em sua simplicidade, ele não sabia que estava no ponto certo para receber a resposta: a completa dependência de Deus. Este foi o ponto de partida para a operação do milagre.

A oração que transforma a vida não depende da muita ou da pouca fé daquele que ora, mas da graça do Deus que responde. Que Deus nos torne cada vez mais dependentes dele e mantenha nossos corações sempre abertos para receber as respostas das orações que fazemos.

quinta-feira, setembro 29, 2011

DESCANSO NO MEIO DA CRISE

DESCANSO NO MEIO DA CRISE

Salmo. De Davi. Quando fugia de seu filho Absalão. Javé, como são numerosos os meus opressores, numerosos os que se levantam contra mim! Numerosos aqueles que dizem a meu respeito: “Deus nunca vai salvá-lo”. Tu, porém, Javé, és o escudo que me protege, és minha honra, aquele que me faz erguer a cabeça. Em alta voz eu grito a Javé, e ele me responde do seu monte santo. Posso deitar-me, dormir e despertar, pois é Javé quem me sustenta. Não temo essa multidão de gente que em cerco se coloca contra mim. Levanta-te, Javé! Salva-me, Deus meu! Pois golpeias no queixo meus inimigos todos, e quebras os dentes dos injustos. De ti, Javé, vem a salvação e a bênção para o teu povo. Salmo 3.

Eu sempre tive facilidade para dormir. O cochilo durante as viagens de ônibus acontece com frequência e, normalmente, dez minutos após me deitar, já peguei no sono. Somente um problema muito grande é capaz de me causar insônia. Este salmo foi importante para mim num momento em que situações difícieis me deixaram acordado até três, quatro horas da manhã por vários dias.

A oração se tornou complicada, pois me faltavam palavras para expressar a tristeza e ansiedade. O sentimento de solidão era profundo, parecia que Deus havia tirado férias e me deixado pelo caminho. Nessa época de silêncio eu me voltei para a bíblia e os salmos foram a minha oração. Eu lia cada capítulo e sublinhava os seus versículos quando me identificava com o estado de espírito do salmista. Durante alguns meses esta foi a maneira que eu utilizei para falar com Deus.

Hoje, quando estes problemas se tornaram parte do passado, me recordo daqueles dias como o momento devocional mais frutífero, quando percebi várias orações sendo atendidas. Se hoje posso dizer que a oração funciona, isto é resultado daquela época de crise, de deserto, que fortaleceu a minha fé. A Bíblia se tornou uma fonte de esperança, pois a partir do seu texto eu me conectava com Deus, ouvia a sua voz e recebia uma palavra que restaurava as forças e me ajudava a seguir em frente.

Davi nunca teve uma vida fácil. Quando mais jovem, ele era preterido em sua família, por ser o filho mais novo, de acordo com a cultura de sua época. Após ser ungido rei, precisou lutar muito para receber a coroa e o seu reinado foi repleto de guerras. Este salmo foi escrito num momento complicado de sua vida. Ele estava fugindo de seu filho que lhe havia usurpado o trono.

Absalão se tornou o grande inimigo de Davi. Esta revolta pode ter sido motivada pela ausência durante as guerras e as viagens oficiais, que lhe roubaram a convivência paterna. O rapaz vivia na corte cercado dos privilégios comuns aos príncipes, mas não conseguia perceber aquilo que considerava mais importante: o amor de seu Pai.

O fato que desencadeou a rebelião foi o estupro, que sua irmã, Tamar, sofreu de Amon, filho mais velho de Davi, que não foi devidamente repreendido pelo rei, que tentou colocar panos quentes na situação, e deixar que o tempo apagasse todas as mágoas.

Absalão guardou aquilo em seu coração com muita raiva, e começou a arquitetar um plano para retirar o seu pai do trono. Ao longo dos anos foi conquistando o coração do povo, na tentativa de convencer os hebreus de que ele era um juiz mais justo que Davi.

Quando deu o golpe de estado, Absalão não encontrou resistência. Davi poderia lutar, mas preferiu fugir, para evitar o confronto com o filho rebelde, a quem ele amava e sofreu muito quando Absalão foi assassinado.

Apesar do grande risco, Davi declarava que deitava e dormia certo de que Deus cuidava de sua vida. Como é possível descansar diante de tantos problemas? Ele mantinha a sua confiança em Deus inalterada, “Tu, porém, Javé, és o escudo que me protege, és minha honra, aquele que me faz erguer a cabeça. (...) Não temo essa multidão de gente que em cerco se coloca contra mim”. (v4-7).

Davi estava seguro, porque a sua fé e a sua esperança estavam firmadas no fato de que apesar de tudo, Deus iria, de alguma forma, protege-lo e reconduzi-lo ao trono. Esta confiança lhe trazia tranquilidade para dormir em paz e renovar as forças.

Ninguém consegue ficar ligado 24 horas por dia, quem faz isso um dia adoece. O que pode nos fazer desligar de toda esta agitação, sem perder a sanidade? É a esperança de que Deus mostrará o caminho, por mais que a situação esteja complicada.

Quantas pessoas superam obstáculos imensos e, quando conquistam os seus objetivos estão tão machucados que não têm forças para comemorar? O alento divino preserva a saúde física e emocional tornando-nos capazes de perceber o momento em que a oração é atendida. Precisamos nos preocupar em cuidar dos assuntos importantes, mas é indispensável separar um momento para o descanso e deixar nas mãos de Deus aquilo que somente ele pode resolver.

O grande mistério divino está em que não conseguimos ter muita noção de tudo o que está acontecendo, na hora em que está acontecendo. Se perseverarmos e mantivermos a confiança, lá na frente pode ser que consigamos visualizar a situação completa e esclarecer muitas dúvidas. Mas nem sempre receberemos todas as respostas desejadas.

No meio da neblina, até os caminhos conhecidos se tornam assustadores, porque temos dificuldade para enxergar o próximo passo. O lugar pode ser muito bonito e possuir uma vista maravilhosa, mas nada disso será contemplado, se estiver encoberto. Esta é exatamente a dinâmica de nosso relacionamento com Deus em oração e fé. Acreditamos que quando a neblina passar conseguiremos ver tudo, mas durante dos momentos de escuridão não podemos sair correndo, pois o risco de acidentes é muito grande.

Não importa o tamanho do problema, o essencial é manter a esperança de que Deus cuida de nós, pois a partir daí poderemos declarar como o salmista: “Posso deitar-me, dormir e despertar, pois é Javé quem me sustenta”. Somente em Deus conseguiremos descansar e inspirar novas pessoas e celebrar as vitórias conquistadas neste mundo tão confuso.