O TEMPO DA ORAÇÃO
Debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa: Tempo para nascer e tempo para morrer. Tempo para plantar e tempo para arrancar a planta. Tempo para matar e tempo para curar. Tempo para destruir e tempo para construir. Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para gemer e tempo para bailar. Tempo para atirar pedras e tempo para recolher pedras. Tempo para abraçar e tempo para se separar. Tempo para procurar e tempo para perder. Tempo para guardar e tempo para jogar fora. Tempo para rasgar e tempo para costurar. Tempo para calar e tempo para falar. Tempo para amar e tempo para odiar. Tempo para a guerra e tempo para a paz. Eclesiastes 3.1-8
Introdução
Em suas observações sobre a vida o Sábio escritor do livro do Eclesiastes notou que ela está repleta de momentos contraditórios: paz, guerra, amor, ódio, etc.
Como é impossível possuir o controle absoluto sobre a existência, o ser humano costuma utilizar a oração como um auxílio, uma válvula de escape para a alma atribulada.
Ao falar sobre a oração tratamos obrigatoriamente sobre o tempo cronológico e as questões que ele desperta: porque esperamos tanto por algumas respostas que nem sempre são tão claras? O que fazer com as orações que não são respondidas? Quais são os tempos da oração?
O primeiro tempo da oração é o tempo da necessidade, quando tudo parece dar errado. O sábio chama estes momentos de: “Tempo para morrer, tempo para chorar, tempo para destruir”. Quando a saúde dá um susto, quando esgotamos todos os nossos recursos, nos lembramos da importância da oração começamos a pratica-la.
Ao invés de diálogo, esta oração se assemelha a uma lista de compras, com inúmeros itens desejados e o relacionamento com Deus fica no segundo plano, sufocado pelas necessidades.
O segundo tempo da oração é o tempo de esperar: quando o coração aperta de ansiedade: “Tempo para gemer, tempo para procurar, tempo para calar”.
O instantâneo é a exigência de nosso século. As redes sociais, smartphones, e-mails, tablets nos conectam a internet e tornam a comunicação imediata. Em consequência disto, ninguém tem mais paciência para esperar.
Neste ambiente a oração parece não fazer muito sentido, porque ela remete à inatividade. Quando oramos nos recolhemos e abandonamos as atividades normais, para suplicar a ação divina em resposta às nossas demandas.
A oração é um período de aparente imobilidade, mas ela move as regiões espirituais, e produz resultados que fogem à capacidade humana de intervenção.
O terceiro tempo da oração é o tempo da resposta, quando um ciclo se fecha e outro se inicia. O escritor do Eclesiastes fala: “tempo para curar, tempo para rir, tempo para amar”. É o tempo para aproveitar e curtir a bênção
Algumas respostas apontam caminhos diferentes. Quantas vezes planejamos seguir um determinado caminho e na hora de colocar em prática, aparecem desvios que nos obrigam a reprogramar a rota inicialmente planejada.
Outras respostas não vêm como desejamos. Esperávamos o sim, mas veio o não e ficamos bastante chateados. As orações respondidas negativamente oferecem a oportunidade para reorganizar a vida e abandonar planos que não dariam certo e só consumiriam o nosso tempo em vão.
O relacionamento com Deus, fruto da oração habitual, nos concede sabedoria para identificar as respostas divinas e transformá-las e bênção para a vida.
As orações respondidas acalmam o coração e marcam o encerramento de um ciclo. Por mais difícil e demorada que uma crise pareça, ela sempre passa e um dia, vamos olharemos para traz e vamos perceber o quanto crescemos ao enfrentar estes problemas.
A vida continua, outros desafios aparecerão, vão exigir novos esforços e receberão novas respostas, que fortalecerão a fé e alimentarão a esperança para viver a dinâmica dos ciclos da vida: “tempos de calar, de sofrer, de rir de amar e celebrar”.
Conclusão
A caminhada por uma trilha na floresta tem momentos em que precisamos parar para tomar fôlego e beber água. Alguns pontos são íngremes e exigem um esforço bem maior, mas o final é recompensado com uma bela paisagem e todo o cansaço do caminho se transforma em alegria.
Antes mesmo de ser atendida ou não, o maior milagre que a oração proporciona é o relacionamento que nos aproxima de Deus. Ela tira o nosso olhar da limitada dimensão humana e mostra as infinitas possibilidades divinas de transformar o mal em bem e a tristeza em alegria.
Nos braços do Pai ouvimos a sua voz dizendo que somos filhos amados, recebemos o conforto, a cura e a vida adquire um novo sentido.
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