ANO NOVO?
"Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu. O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol". Eclesiastes 1.3-9
Sempre admirei a sucessão dos dias. Vinte e quatro horas únicas, que não se recuperam, mas que podem ser recordadas pelo resto da vida com grande alegria ou profunda tristeza. O autor do Eclesiastes expressa o seu pensamento enfatizando a repetição: "Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós". Eclesiastes 1.10 Eis o grande mistério da natureza, o por do sol: acontece todos os dias, mas sempre fascina aqueles que o contemplam.
Nas festas de fim de ano as noites de reveillòn simbolizam uma grande mudança, o início de um novo ciclo. Mas, objetivamente falando, é apenas mais um dia em que o sol nasce, repetindo a sua rotina de milhões de anos. O que produz tamanho significado para este momento é a esperança. Não importa a dificuldade, ela sempre estará lá para dizer: vá em frente, não desista.
Apesar da comercialização excessiva, as celebrações desta época alteram a agenda de pessoas ocupadas para que elas se reúnam com as suas famílias em torno de uma mesa. Ao compartilhar o alimento e levantar o cálice para um brinde, se experimenta a oportunidade para o perdão, para a comunhão, para o desenvolvimento de novas amizades e o aprofundamento das antigas. Precisamos destes momentos para reavivar as utopias de vida e reconhecer que elas não são metas impossíveis, mas o motor que nos impulsiona para a realidade que desejamos alcançar.
Enquanto há vida há esperança, porque ela nos permite sonhar com um mundo melhor. Quando sonhamos superamos as barreiras que dificultam a caminhada e antevemos a alegria do objetivo alcançado. Quem pode parar um povo que sonha? O amanhecer de um novo ano combina com esta alegre expectativa que toma conta do coração. Agora temos pela frente uma nova chance de corrigir os erros e definir um novo destino onde, ao invés de coadjuvantes subalternos, seremos os atores principais de nossa história.
De fato, não há nada novo debaixo do sol na paisagem desta manhã de primeiro de janeiro, mas a novidade é que, transformados pela graça divina, nos tornamos pessoas diferentes, prontas para encarar os desafios de cada dia. "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" II Coríntios 5.17
FELIZ 2010
Um comentário:
Simples e verdadeiro. Que 2010 nos reserve boas surpresas. Não por nenhum motivo místico, mas porque se renova dentro de nós as tais esperanças!
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