Foi com alegria e surpresa que li a matéria "A Nova Reforma Protestante" publicada na "Revista Época" desta semana (09/08/2010) expondo o pensamento dos evangélicos que discordam das práticas neo pentecostais e da teologia da prosperidade.
É importante que um veículo secular ecoe, para a sociedade, o som das vozes que vêm gritando há muito tempo entre as quatro paredes dos templos afirmando que o evangelho não é esta busca desenfreada por dinheiro e poder que os teleevangelistas exibem em seus programas. Creio que isto é o início de uma resposta às nossas orações.
O Repórter Ricardo Alexandre fez uma pesquisa cuidadosa do universo protestante e soube expor de forma isenta os pontos principais de nossos questionamentos ao cenário atual da igreja evangélica brasileira. Obviamente que muito ainda precisa ser dito, mas já é o início de um bom debate.
Precisamos aproveitar este momento para nos posicionarmos diante da sociedade, do bairro onde vivemos e lhes mostrar que o evangelho é uma mensagem de amor, de conscientização e de libertação, e não este instrumento alienante que tem sido apresentado ao longo das últimas duas décadas em nosso país.
Os neopentecostais sentiram o golpe, tanto que os representantes da Universal preferiram se calar e a Renascer apelou para o jargão de que "O que não é de Deus vai desaparecer". Quem tiver paciência para assistir os programas destas igrejas deve ouvir alguns discursos inflamados em defesa da teologia da prosperidade.
O Sociólogo Ricardo Mariano analisou com ceticismo este movimento, considerando-o como mais uma divisão, entre tantas outras, que acometem os evangélicos de tempos em tempos. A verdade é que não podemos deixar que esta luta se transforme numa simples moda passageira, que logo será esquecida.
Quando eu comecei a estudar teologia, na década de 90, tive esta percepção, citada pelo Ricardo Agreste, de que a igreja pensava que ainda vivia no ambiente rural, onde ela havia sido fundada, e não apresentava respostas convincentes ás perguntas feitas pela sociedade urbana e vibrante, na qual ela estava inserida.
Vamos usar o princípio do sal da terra, pregado por Jesus, e nos misturar com a nossa comunidade, conhecer as suas dores e alegrias, descobrir quais são os seus questionamentos e construir junto com eles cada resposta, baseada na bíblia e em nossa experiência cristã.
O lado positivo deste cenário adverso pelo qual a igreja está passando é que ele estimula a maturidade dos fiéis, que se expressa na capacidade de se auto criticar e buscar novos caminhos para se reaproximar do evangelho. Que Deus nos abençoe e nos ajude a tornar este momento significativo e abençoador para a nossa fé e para a igreja de Cristo no Brasil e no mundo.
terça-feira, agosto 10, 2010
COMENTÁRIOS SOBRE A REPORTAGEM DA REVISTA ÉPOCA
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