segunda-feira, agosto 30, 2010

O PROFETA E OS PODEROSOS

O PROFETA E OS PODEROSOS

Oráculos de Amós, que foi um dos pastores de Técoa. Revelações que recebeu acerca de Israel no tempo de Ozias, rei de Judá, e de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do tremor de terra. Amós 1.1


O ofício do profeta não é muito agradável. Ele é convocado para falar sobre aquilo que as pessoas precisam, mas não querem ouvir. Ele incomoda porque o peso de suas denúncias ameaça a estabilidade do poder constituído.
Amós era um cidadão comum, pequeno pecuarista de Técoa, que lutava diariamente para obter o seu sustento trabalhando com muita disposição. Sua família não era importante no cenário político daquela época, mas por possuir uma consciência aguçada sobre a questão social, ele percebia os graves desequilíbrios e pecados cometidos ao seu redor, mas que eram acobertados para não incomodar os donos do poder.

É no meio desta situação complicada que Deus prepara uma surpresa para o profeta: Ele deveria sair de sua pequena cidade, em Judá, e dirigir-se à capital do Reino do Norte, para denunciar a hipocrisia que dominava o cenário político e religioso de seu país, e comprometia a mensagem dos sacerdotes oficiais, que dependiam da boa vontade dos governantes para permanecerem nos seus cargos.

Amós era um estranho no ninho dos profetas. Ele não havia cursado as famosas escolas de sua época, que o habilitariam a frequentar a corte e a falar com os governantes. A tarefa de pregar na terra de Jeroboão II se tornava ainda mais complicada, porque a riqueza e o poder político lançavam uma cortina de fumaça que escondia o pecado daquela sociedade.

Livre dos compromissos resultantes das alianças com o poder, Amós proferia, com tranquilidade, os juízos contra as grandes nações de seu tempo. Damasco, Gaza, Tiro, Edom e Amon, foram alvos da censura divina por atitudes impiedosas cometidas contra as populações indefesas que estavam sob seu domínio, motivadas por interesses econômicos. “Oráculo do Senhor: Por causa do triplo e do quádruplo crime de Edom, não mudarei meu decreto. Porque perseguiu seu irmão com a espada abafando toda a compaixão, e porque sua cólera não cessa de despedaçar, e persiste em guardar perpétuamente rancor”. Amós 1.11

Assassinatos, escravidão e perseguições. Crimes cometidos por nações poderosas, que despertaram a ira de Deus contra a crueldade imposta aos mais fracos. O nome das vítimas não é mencionado nos documentos históricos, mas o seu sacrifício não foi esquecido por Deus, que levantou o seu profeta para denunciar esta crueldade.

O livro de Amós fala do amor de Deus pelos seus filhos mais pobres e de sua dor ao vê-los explorados e deixa bem claro que não deixará impunes os que se aproveitam do poder para o benefício próprio, abandonando os necessitados à sua própria sorte, enquanto vivem confortavelmente em seus luxuosos palácios.

quinta-feira, agosto 26, 2010

E as Eleições 2010? Marcelo Carahyba

Eu estava pensando em escrever um artigo sobre as eleições e algumas ferramentas recentes que se propõem a nos lembrar em quem votamos. Foi então que eu recebi este e-mail do meu amigo Marcelo. Gostei tanto que decidi publicá-lo.

Boa Leitura

E as Eleições 2010?

Olá, amigos, colegas e conhecidos.

Eleição é coisa séria apesar de muita gente (inclusive políticos, obviamente) levarem isso na brincadeira (para não dizer algo pior). Mas sinceramente acho que quanto menos cada um de nós se importar com a política, mais ainda os corruptos irão fazer a farra com o nosso dinheiro. Vivemos numa cultura do imediatismo e, quando votamos, achamos que em quatro anos ou menos todos os nossos problemas políticos e sociais serão resolvidos. Não é assim, exige tempo e paciência. Também achamos que o presidente é aquele que resolve tudo, que aumenta o nosso salário e nosso limite do cartão de crédito e cheque especial. Como se a administração de todo um gigantesco país como o Brasil estivesse nas mãos de uma só pessoa. E os deputados? E os senadores? Qual é a função deles? Até pouco tempo atrás, confesso que não sabia.

É muito comum encontrar reclamações a respeito de política, que "político é tudo ladrão", etc, mas é raro encontrar pessoas que realmente se importem em fazer construir uma sociedade melhor e não simplesmente esperar que os outros - políticos, líderes populares, empresas, etc - façam. Qual é o sentido de esperar honestidade dos políticos se eu não devolver o troco a mais? Se eu espero um comportamento ético por parte dos outros, preciso primeiro exigir isso de mim.

Pesquisas demonstram que muita gente não lembra em quem votou nas últimas eleições. Eu não quero engordar essa estatística. E, falando em estatística, por favor não vote baseando-se nas pesquisas. Vote com consciência, por afinidade, por ideologia, mas não porque foi enganado pelo dualismo forçado exibido pelo jornal e TV, como se existissem somente dois candidatos disputando os cargos do poder executivo.

Refletindo sobre isso tudo, encontrei alguns sites interessantes (listados abaixo) para ajudar na escolha dos candidatos. E, por favor, não pense que não vale a pena, não seja fatalista. Certa dose de pessimismo é perfeitamente compreensível e também compartilho. Não sou um utópico ingênuo e sonhador de um mundo melhor e feliz, onde tudo é perfeito. Nunca será. Eu vejo que a tendência é o caos e para lá é que o mundo caminha. Mas isso não me impede de ter esperança, e justamente por vislumbrar esse caos, buscar o equilíbrio, lutar pela justiça e fazer minha parte. O ponto fundamental é que o nosso redor é influenciado pelo que nós somos e cremos.
Ah, e por favor, não pense que voto nulo pode anular a eleição. Voto nulo só é computado para fins estatísticos, assim como o voto em branco. E, a propósito, nenhum candidato é beneficiado. Se não acredita, acesse: http://www.tse.gov.br/eje/html/info_eleicoes3.html.

Para finalizar, uma palavrinha do Bertolt Brecht:"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais".

Meus candidatos estão aqui: http://www.eulembro.com.br/usuarios/33282.

Eu Lembro
http://www.eulembro.com.br/
Nesse você se cadastra, seleciona seus candidatos e pode acompanhar outros também. Ajuda a lembrar em quem você votou e saber o que o político está fazendo.

Voto Consciente
http://www.votoconsciente.org.br/
Tem muita informação interessante sobre educação política.

Extrato Parlamentar
http://www.votoaberto.com.br/extratoparlamentar/
Este sistema tem por objetivo calcular a afinidade política de suas ideias com os deputados do Congresso Nacional. O cálculo de afindade é baseado em modelos matemáticos, sendo isento de qualquer vínculo político ou partidário.

Ficha Limpa
http://www.fichalimpa.org.br/

Articulação Brasileira contra a Corrupção e Impunidade
http://www.abracci.org.br/

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
http://www.mcce.org.br/

Um abraço.
Marcelo Carahyba
Leia o Blog: Equilíbrio Distante - http://www.equilibriodistante.co.nr/

UM E-MAIL INTERESSANTE

UM E-MAIL INTERESSANTE

Recebi este e-mail informando que as frases abaixo pertenciam à uma campanha publicitária do Citibank em São Paulo. Fiz uma pequena pesquisa na internet, mas não consegui confirmar a veracidade da informação. Eu achei as frases muito iteressantes e decidi publicá-las.

Boa Leitura.

"Crie filhos em vez de herdeiros."

"Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."

"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."

"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."

"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."

"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"

"Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna os amigos."

"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."

"...e quem sabe assim você seja promovido a melhor (amigo / pai / mãe / filho / filha / namorada / namorado / marido / esposa / irmão / irmã... etc..) do mundo!"

"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."

Sede de Deus - Pr. Henrique Vieira


Sede de Deus - Pr. Henrique Vieira - Parte 1



Sede de Deus - Pr. Henrique Vieira - Parte 2



Sede de Deus - Pr. Henrique Vieira - Parte 3



Sede de Deus - Pr. Henrique Vieira - Parte 4

sábado, agosto 21, 2010

CAMINHADA ECOLÓGICA PELOS FORTES DE NITERÓI

CAMINHADA ECOLÓGICA PELOS FORTES DE NITERÓI

A XVII Caminhada Ecológica e Cultural Duque de Caxias, um passeio que une a história do país, engenharia ousada, fortificações militares, natureza e paisagens deslumbrantes, será realizada, no próximo dia 22 de agosto, a partir das 8h, em Jurujuba, Niterói. O percurso total será de, aproximadamente, 4 km e a expectativa dos organizadores é de reunir 8 mil pessoas. O evento faz parte das comemorações pela “Semana do Soldado (25 de agosto)”.

O ponto de partida será no Forte Barão do Rio Branco, construído em 1567; seguindo para o Forte São Luís (1769) e Forte do Pico (1918) - essa construção fica a 230m acima do nível do mar. Depois de visitar os fortes, os participantes descerão por uma trilha construída pelos portugueses até a Fortaleza de Santa Cruz (1555), onde haverá ônibus para levar os candidatos de volta ao Forte Rio Branco.

“A Fortaleza de Santa Cruz é um dos locais mais belos do nosso país, rico em história e belezas naturais. Esta será uma ótima oportunidade para o visitante e o turista conhecerem os motivos deste local ser um dos lugares mais visitados do Rio”, ressalta o presidente da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), José Haddad.

“Niterói possui o maior complexo de fortes e fortalezas da América Latina, a história do país passa por esse importante equipamento turístico”, completa.

Para participar da caminhada, basta levar 1kg de alimento não perecível. É aconselhado uso de roupas confortáveis, tênis, filtro solar, boné e óculos escuros Na ocasião, haverá distribuição de camisetas para os participantes do evento. Uma equipe da Neltur estará no local distribuindo material de divulgação sobre os atrativos turísticos da cidade. Outras atividades, como demonstração dos cães do 12º BPM (Niterói), estão na programação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: 3611-1207.

FONTE: http://www.osaogoncalo.com.br/site/geral/2010/8/19/16012/caminhada+ecol%C3%B3gica+pelos+fortes+de+niter%C3%B3i+

domingo, agosto 15, 2010

CREDO

CREDO

Inês de França Bento

Creio em Ti
Na força dos pobres
Na audácia dos poetas
Na ousadia dos profetas
na inspiração dos artistas
Na alegria das crianças
No respeito às diferenças
No pão para toda mesa
No vinho para toda a tristeza
Na esperança de recomeçar
Na beleza do gesto solidário
Na justiça contra toda opressão
Na compaixão diante da dor
No amor, dádiva divino-humana.
Amém,

Creio em ti – Inês de França Bento em Culto Arte – Celebrando a vida. Ed. Vozes – Petrópolis, RJ – 2000

A GLÓRIA DE DEUS É COMPARTILHAR



A Glória de Deus é Compartilhar

Gerson Borges

A glória de Deus é compartilhar
É dividir, é repartir, multiplicar
É ver a sua abundante Graça
Agir onde havia desgraça
O riso de Deus é a comunhão
Eu e você querendo ser um coração
É ver a mão da gente estendida
É ver a nossa vida gerando,
Gerando mais vida
Mas a lágrima dos olhos de Deus
É ver os que dizem ser seus
Vivendo pra si, morrendo pra si
Mesmo assim achando-se
Filhos de Deus
Não era pra ser assim
Não era o que Deus planejou...
Mas ver a nossa vida gerando,
Ver a nossa vida frutificando,
Ver a nossa vida gerando,
Gerando mais vida

O riso de Deus é a comunhão
Eu e você querendo ser um coração
É ver a mão da gente estendida
É ver a nossa vida gerando,
Gerando mais vida
Mas a lágrima dos olhos de Deus
É ver os que dizem ser seus
Vivendo pra si, morrendo pra si
Mesmo assim achando-se
Filhos de Deus
Não era pra ser assim
Não era o que Deus planejou...
Ver a nossa vida gerando,
Ver a nossa vida frutificando,
Mas ver a nossa vida gerando,
Gerando mais vida
Mas ver a nossa vida gerando,
Ver a nossa vida frutificando,
Mas ver a nossa vida gerando,
Gerando mais vida
Mais vida (2x)

NOSSA RESPONSABILIDADE PERANTE A CRIAÇÃO

NOSSA RESPONSABILIDADE PERANTE A CRIAÇÃO - Parte 1



NOSSA RESPONSABILIDADE PERANTE A CRIAÇÃO - Parte 2

sábado, agosto 14, 2010

QUATRO ANOS JÁ SE PASSARAM

QUATRO ANOS JÁ SE PASSARAM

Numa segunda feira de tarde, no dia 14 de agosto de 2006, eu iniciei a jornada com o Compartilhando Palavras. Eu não tinha computador, dependia de lans houses e do laboratório de informática da universidade onde estava fazendo o curso de turismo. Quando aparecia um idéia, ela era registrada e folhas de papel, pare ser digitada e publicada na primeira oportunidade. Eu pensava: será que vou ter assunto para manter este blog? Hoje, 437 postagens depois, eis-me aqui escrevendo a de número 438.

O primeiro semestre de 2010 foi complicado no que se refere ao acesso à internet, somente no final do mês de julho é que eu consegui resolver este problema. Isto se refletiu na quantidade de postagens, que diminuiu muito. Outro fator que afetou a minha produção textual, foi a distância ente a minha casa e o trabalho e o tempo gasto para fazer o caminho de ida e volta. Quatro horas diárias dentro de um meio de transporte suga a energia criativa de uma pessoa e, se eu não tomar cuidado, começo a fazer tudo automáticamente.

O exercício de escrever me permite desabafar, colocar as idéias e ordem e enxergar o caos que reina neste mundo com mais esperança. Quando escrevo, dou asas à imaginação, dou forma aos sonhos e os preparo para que virem realidade. Escrevendo, consegui resolver um problema de minha casa, que se arrastava há algumas semanas e oferecia risco às pessoas. Vejam o artigo: LUTANDO POR UM DIREITO .

O tempo passa rápido e, quando eu menos esperar, já estará na hora de escrever a mensagem do quinto ano. Não quero perder de vista o objetivo de sempre levar uma palavra de ânimo ao que está cansado e de restauração para os que perderam a esperança.

Que a força das palavras aplicadas neste espaço nos leve a conhecer mais a Jesus Cristo, o seu ministério de amor e nos encha de indignação para levantar a nossa voz, profeticamente, denunciando o pecado, o mal e a opressão, que insistem em ofuscar o brilho da luz de Jesus na sociedade em que vivemos.

Mais uma vez, obrigado por nos acompanhar.

sexta-feira, agosto 13, 2010

OCUPAÇÃO ISRAELENSE E REFLEXÕES TEOLÓGICAS - Naim Ateek

Autor da Foto: José Cláudio Turolla

OCUPAÇÃO ISRAELENSE E REFLEXÕES TEOLÓGICAS

Naim Ateek

Contexto político e religioso

O conflito na Palestina pode ser descrito como uma tragédia grega composta de dois Atos. O Primeiro Ato aconteceu em 1948 quando cerca de três quartos da terra foram perdidos e cerca de 750,000 palestinos (muçulmanos e cristãos) foram etnicamente eliminados. Na realidade, 60% da comunidade cristã foi deslocada. Eles foram dispersos pelo Oriente Médio e por diferentes partes do mundo. O Segundo Ato aconteceu em 1967 quando o resto da Palestina foi ocupada pelo exército israelense e centenas de milhares de palestinos foram deslocados (muçulmanos e cristãos). Quando o Segundo Ato terminou, a catástrofe na Palestina tinha se tornado completa.

Neste artigo, eu vou focar brevemente no efeito da ocupação israelense sobre a comunidade cristã e a resposta dos cristãos palestinos.

A perda da Palestina e a dispersão da comunidade cristã palestina através do mundo criaram uma tragédia física e espiritual. Na verdade, o impacto espiritual tem sido menos traumático que a erradicação física. Para muçulmanos e cristãos, a perda da Palestina em 1948 foi o resultado da interação entre os poderes ocidentais na política mundial, entre os aliados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial. Embora, na época, o Sionismo já existisse por cerca de 50 anos e o Governo Britânico já estivesse condicionado e influenciado pela ideologia do Sionismo, foi o impacto do holocausto que facilitou e acelerou a criação do Estado “judaico”.

Dilema e contexto religiosos

Da perspectiva da maioria dos palestinos, que eram totalmente inconscientes do que pensavam os cristãos ocidentais, a perda da Palestina parecia um ato injusto e imoral que foi inspirado e guiado por um espírito colonial e interesses políticos ocidentais. Ao mesmo tempo, a perspectiva de alguns cristãos fundamentalistas ocidentais em relação ao que aconteceu era crer que foi um ato divino e guiado por Deus. Para estes cristãos, a criação de Israel era o cumprimento da profecia bíblica. Deus estava ativo através de seus líderes políticos para realizar seus propósitos para o povo judeu a fim de preparar a Segunda Vinda de Cristo e o Fim do mundo. Dito sarcasticamente, tal evento transcendental era mais importante para Deus que se preocupar com os direitos e interesses de 1,3 milhão de palestinos que eram o povo nativo do lugar.

Devo enfatizar que a maioria dos palestinos não tem a menor ideia sobre a importância religiosa do retorno dos judeus. Alguns devem ter um consciência rudimentar do sofrimento de judeus europeus sob os nazistas mas tal conhecimento não tem nenhuma relevância para sua vida cotidiana. A lógica simples declarada pelo palestino médio é de que o colonialismo britânico foi sendo substituído por uma forma de colonialismo judaico. Do ângulo de qualquer um, não havia nada novo em tudo isto. Afinal, a Palestina tinha sido ocupada e governada por poderes externos por milhares de anos. Não estava diretamente relacionado à religião. Tinha que ver simplesmente com política, poder militar e interesse político.

Quanto aos cristãos palestinos, com sua fé honesta e simples, continuavam a confiar em Deus e orar por sua misericórdia e proteção. Eles oravam por justiça que os permitiria retornar para suas casas e negócios. Basicamente, esperavam em Deus com esperança. Outros, especialmente os jovens, queriam fazer alguma coisa a respeito. Eles se juntaram a grupos de resistência que estavam ansiosos para reverter a injustiça e salvar a Palestina daqueles que a capturaram.

Para aqueles cristãos que conheciam bem sua Bíblia, era o tempo mais confuso que já existira. Eles estavam chocados com o que tinha acontecido. Questões religiosas e teológicas proliferaram. Eram as velhas questões recorrentes que tinham sido repetidas milhões de vezes pelos povos oprimidos através dos séculos. A nova situação na Palestina, agora em grande parte Israel, levantou questões e demandou respostas. De fato, demandou uma nova teologia porque a velha teologia não funcionava mais para os cristãos palestinos. À luz do estabelecimento do novo estado, a palavra “Israel” mesma precisava de uma nova definição. O novo Israel é uma extensão do Israel bíblico? O novo estado é realmente o cumprimento da profecia bíblica? A Bíblia tem alguma coisa a dizer sobre o que está acontecendo? Onde está Deus nisso tudo? Deus condena o que aconteceu? Como se pode reconciliar o que está acontecendo com a justiça e a bondade de Deus? Muitas questões eram feitas mas as respostas eram poucas e insatisfatórias.

Depois da ocupação do resto da Palestina em 1967, algumas destas perguntas teológicas se agravaram. Como o exército israelense tomava medidas duras com punho de ferro e a ocupação se tornava mais consolidada, o confisco da terra palestina se espalhou, os assentamentos ilegais se multiplicaram, os assentados se tornaram difíceis de controlar e violentos, a opressão dos palestinos perceptivelmente clara, a situação desesperadora e impotente e a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, foi incapaz de pressionar o governo israelense a respeitar e implementar a lei internacional. Novamente, as perguntas eram abundantes.

Como Deus vê a opressão dos palestinos? Dado que a religião tem sido sequestrada pelos extremistas, o que se pode fazer? Estamos testemunhando não apenas a corrupção da fé, mas talvez o fim da fé como a conhecemos? E o Sionismo cristão, que parece estar totalmente cego para o que o governo de Israel e sua população assentada estão fazendo? Estariam também se tornando totalmente absorvidos por uma ética de guerra vetero-testamentária que tem perdido o espírito, amor e a paz que Jesus defendeu?

A voz da igreja durante a maior parte desse período foi fraca. Na verdade, houve vozes individuais contra a injustiça e a opressão mas a voz coletiva foi fraca. Percebe-se que a maioria das igrejas da Palestina parecia estar satisfeita com as celebrações de suas liturgias e cultos de domingo. Entretanto, os sermões que eram pregados, na maior parte do tempo não tinham nenhuma relevância para o cotidiano das pessoas. Os estudos bíblicos que eram dados, geralmente, enfatizaram a fé espiritual privada mas raramente havia qualquer discussão sobre questões de justiça e paz. Não havia qualquer palavra sobre o que significa ser um pacificador hoje; ou o que a igreja poderia fazer para resistir à violência da ocupação e assumir uma posição mais firme contra a injustiça. Na verdade, os rituais e cerimônias da igreja continuaram como sempre, mas a palavra profética está ausente? Negligenciamos “os preceitos mais importantes da lei” como Jesus criticou os líderes religiosos dos seus dias, “a justiça, a misericórdia e a fidelidade”?

Os anos têm passado rapidamente, a ocupação está mais entrincheirada e a igreja está escondida atrás de sua liturgia e permanece letargicamente silenciosa. A análise acima tem descrito a situação da igreja para a maior parte dos anos recentes. É importante, entretanto, afirmar que desde a primeira Intifada, três importantes desenvolvimentos têm acontecido dentro da comunidade cristã da Palestina.

PRIMEIRO: O surgimento da teologia da libertação palestina. O fenômeno tomou diferentes formas. O clero palestino de Israel e Cisjordânia — ortodoxo, católico e protestante — começou a articular teologias contextuais que tratava da situação religiosa, social e política no país a partir de sua fé. Estes teólogos enfatizavam a justiça de Deus assim como o amor inclusivo de Deus por todos os povos. Eles condenavam tanto a violência da ocupação como a violência dos grupos palestinos extremistas. Ao mesmo tempo, eles enfatizavam a importância da não-violência na resistência à ocupação ilegal.

Através de livros e publicações, estes teólogos têm sido capazes de influenciar o pensamento e a teologia de muitas pessoas no mundo em relação ao dilema dos palestinos. Além disso, através da exegese de textos bíblicos tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, eles têm sido capazes de criticar a ideologia exclusivista e a teologia do governo de Israel e de sua população religiosa assentada assim como do Sionismo cristão.

Estes teólogos continuam a sustentar uma visão de paz e reconciliação baseada na fé num Deus que ama todos os povos igualmente e que deseja que todos os povos da terra vivam juntos em paz e harmonia.

SEGUNDO: Havia uma voz pela paz e a justiça que foi ouvida intermitentemente no país que vinha de alguns bispos. Não era, entretanto, uma voz conjunta de todos os patriarcas e bispos. Nem os cristãos nem o governo israelense ouviram uma voz clara, alta e conjunta sobre a opressão dos palestinos e a necessidade de pará-la. Por várias razões, certas ou erradas, os líderes eclesiais falharam em protestar unanimemente contra a injustiça e a opressão dos palestinos. Quando eles falaram, não foram nunca sinceros e diretos.

TERCEIRO: Recentemente, outra voz da comunidade cristã da Palestina está sendo ouvida. É a voz do documento Kairós Palestina. No meio da situação de opressão, a comunidade cristã foi capaz de produzir um documento valentemente chamado “A Hora da Verdade”. É um documento que se dirige principalmente para a comunidade cristã da Palestina. Também se dirige aos cristãos e igrejas no exterior. Ao mesmo tempo, se dirige às pessoas de outras tradições religiosas assim como à situação política no país e mais especificamente ao governo israelense. O documento considera a ocupação um pecado e convoca a resistir através do uso de métodos não-violentos.

Uma das coisas mais significativas deste documento é sua natureza ecumênica já que aqueles que trabalharam nele pertencem às várias igrejas da Palestina. Assim, é uma voz cristã palestina que busca falar a verdade ao poder e testemunhar da possibilidade da paz com justiça.

Conclusão

Olhando para os últimos 62 anos desde a criação do Estado de Israel, pode-se dizer que a comunidade cristã foi vagarosa em tratar das questões pertinentes que se levantaram das consequências da perda da Palestina. Mas muitos de nós somos gratos a Deus que, a despeito do começo lento, a fé e a resiliência dos cristãos os têm movido a levantar sua voz e dar um importante testemunho ao mundo inteiro. Através desse documento, eles levantam a bandeira da paz e da reconciliação e, de boa vontade, aceitam o chamado de Cristo para serem pacificadores e se comprometerem a testemunhar do amor e da justiça de Deus.

Naim Ateek é pastor anglicano e cidadão árabe de Israel. É o presidente e diretor de Sabeel, um centro teológico ecumênico em Jerusalém. É doutor em Teologia pelo Seminário Teológico de São Francisco e autor de Justice and Only Justice: a Palestinian Theology of Liberation (Orbis, 1989) e A Palestinian Christian Cry for Reconciliation (Orbis, 2008).

quinta-feira, agosto 12, 2010

O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira

O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira (Parte 1)



O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira (Parte 2)



O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira (Parte 3)



O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira (Parte 4)



O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira (Parte 5)



O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira (Parte 6)



O Desafio de ser Igreja - Pr Henrique Vieira (Parte 7)

quarta-feira, agosto 11, 2010

RESGATANDO A RADICALIDADE CRISTÃ - Henrique Vieira

RESGATANDO A RADICALIDADE CRISTÃ

Henrique Vieira

É muito triste quando as realidades lamentáveis que assolam o povo não mais nos comovem ou despertam nossa compaixão. É sinal de desumanidade quando em nosso coração não cabem mais as dores do mundo. É decepcionante quando nossa fé é meramente utilitarista e voltada exclusivamente para nossos interesses. É frustrante quando nossa experiência com Deus nos torna alienados e despreocupados com o mundo. É contraditório nós esperarmos o novo mundo e não nos engajarmos na luta de um mundo novo.

Vivemos em uma sociedade frenética, globalizada, interativa e com um fluxo enorme de informações variadas. Pensamos sobre tudo e refletimos sobre nada. Estamos inseridos em um tempo de profunda competitividade que acentua não a individualidade, mas o individualismo. Enquadramo-nos em uma lógica que desvaloriza o bem comum, desacredita dos projetos coletivos e reduz a percepção do outro. Ficamos facilmente egoístas e insensíveis, pelo menos em termos práticos. Cada vez mais absurdos tais como: violência, preconceito, intolerância, fome, miséria, falta de habitação e de direitos, destruição do meio ambiente e da biodiversidade não mais nos chamam atenção. Há um infeliz processo de naturalização do absurdo e conformismo com o caos. Então surge uma pergunta: que diferença faz nossa fé em Jesus?

Creio que inspirados pela vida de Jesus somos convidados a um profundo lamento diante de toda realidade que mortifica a vida. Creio que inspirados pela vida de Jesus nosso coração acolhe os sentimentos, pensamentos e sonhos de Deus. Tornamo-nos mais vivos e apaixonados pela vida, mais intensos e desapegados, mais desprendidos e despojados; mais conscientes e ao mesmo tempo esperançosos.

Jesus amou em palavras e atitudes. Quebrou preconceitos, acolheu os excluídos, denunciou as estruturas de exploração, dividiu o pão, democratizou o banquete, levantou a voz contra os opressores, ensinou a viver com humildade, deu atenção aos solitários, prestou atenção na natureza (aves do céu e lírios do campo) amou os inimigos, não abandonou os amigos, não se rendeu a fama, semeou paz, abominou o amor ao dinheiro, espalhou esperança, enfim, fez o futuro Reino de Deus se tornar presente em sua própria vida.

Este é o nosso parâmetro, o autor e o alvo da nossa fé, o motivo das nossas canções e a razão da nossa vida. Então somos desafiados a dar continuidade à lógica da vida de Jesus em nossas vidas e para isso contamos com a própria presença de Deus em nós. Não nos rendamos aos encantos desencantados deste mundo e que nosso parâmetro de sucesso e realização emane da vida de Jesus. Isso nos colocará inadequados ao mundo e vai requerer de nós comprometimento e convicção. Mas precisamos resgatar a radicalidade graciosa da experiência cristã. Que Deus nos fale e nos encha de amor. Vamos olhar para vida de Jesus e ter coragem!

Fé Cega, Faca Amolada por Baixo e Voz

Por que Persiste a Igreja-Poder? Leonardo Boff

Por que Persiste a Igreja-Poder?

Leonardo Boff

Vou abordar um tema incômodo mas incontornável: como pode a instituição-Igreja, como a descrevi num artigo anterior, com características autoritárias, absolutistas e excludentes se perpetuar na história? A ideologia dominante responde: “só porque é divina”. Na verdade, este exercício de poder não tem nada de divino. Era o que Jesus exatamente não queria. Ele queria a hierodulia (sagrado serviço) e não a hierarquia (sagrado poder). Mas esta se impôs através dos tempos.

Instituições autoritárias possuem uma mesma lógica de autorreprodução. Não é diferente com a Igreja-instituição. Em primeiro lugar, ela se julga a única verdadeira e tira o título de “igreja” a todas as demais. Em seguida cria-se um rigoroso enquadramento: um pensamento único, uma única dogmática, um único catecismo, um único direito canônico, uma única forma de liturgia. Não se tolera a crítica nem a criatividade, vistas como negação ou denunciadas como criadoras de uma Igreja paralela ou de um outro magistério.

Em segundo lugar, se usa a violência simbólica do controle, da repressão e da punição, não raro à custa dos direitos humanos. Facilmente o questionador é marginalizado, nega-se-lhe o direito de pregar, de escrever e de atuar na comunidade. O então cardeal Joseph Ratzinger, presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, em seu mandato, puniu mais de cem teólogos. Nesta mesma lógica, pecados e crimes dos sacerdotes pedófilos ou outros delitos, como os financeiros, são mantidos ocultos para não prejudicar o bom nome da Igreja, sem o menor sentido de justiça para com as vítimas inocentes.

Em terceiro lugar, mitificam-se e quase idolatram-se as autoridades eclesiásticas principalmente o Papa que é o “doce Cristo na Terra”. Penso eu lá com meus botões: que doce Cristo representava o Papa Sérgio (904), assassino de seus dois predecessores ou o Papa João XII (955), eleito com a idade de 20 anos, adúltero e morto pelo marido traido ou, pior, o Papa Bento IX (1033), eleito com 15 anos de idade, um dos mais criminosos e indignos da história do papado, chegando a vender a dignidade papal por 1000 liras de prata?

Em quarto lugar, canonizam-se figuras cujas virtudes se enquadram no sistema, como a obediência cega, a contínua exaltação das autoridades e o “sentir com a Igreja (hierarquia)”, bem no estilo fascista segundo o qual “o chefe (o ducce, o Führer) sempre tem razão”.

Em quinto lugar, há pessoas e cristãos com natureza autoritária, que acima de tudo apreciam a ordem, a lei e o princípio de autoridade em detrimento da lógica complexa da vida que tem surpresas e exige tolerância e adaptações. Estes secundam esse tipo de Igreja bem como regimes políticos autoritários e ditatoriais. Aliás, há uma estreita afinidade entre os regimes ditatoriais e a Igreja-poder como se viu com os ditadores Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet e outros. Padres conservadores são facilmente feitos bispos e bispos fidelissimos a Roma são promovidos, fomentando a subserviência. Esse bloco histórico-social-religioso se cristalizou e garantiu a continuidade a este tipo de Igreja.

Em sexto lugar, a Igreja-poder sabe do valor dos ritos e símbolos pois reforçam identidades conservadoras, pouco zelando por seus conteúdos, contanto que sejam mantidos inalteráveis e estritamente observados.

Em razão desta rigidez dogmática e canônica, a Igreja-instituição não é vivida como lar espiritual. Muitos emigram. Dizem sim ao cristianismo e não à Igreja-poder com a qual não se identificam. Dão-se conta das distorções feitas à herança de Jesus que pregou a liberdade e exaltou o amor incondicional.

Não obstante estas patologias, possuimos figuras como o Papa João XXIII, Dom Helder Câmara, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Luiz Flávio Cappio e outros que não reproduzem o estilo autoritário, nem apresentam-se como autoridades eclesiásticas mas como pastores no meio do Povo de Deus. Apesar destas contradições, há um mérito que importa reconhecer: esse tipo autoritário de Igreja nunca deixou de nos legar os evangelhos, mesmo negando-os na prática, e assim permitindo-nos o acesso à mensagem revolucionária do Nazareno. Ela prega a libertação mas geralmente são outros que libertam.

Leonardo Boff é teólogo e escritor

terça-feira, agosto 10, 2010

COMENTÁRIOS SOBRE A REPORTAGEM DA REVISTA ÉPOCA

COMENTÁRIOS SOBRE A REPORTAGEM DA REVISTA ÉPOCA

Foi com alegria e surpresa que li a matéria "A Nova Reforma Protestante" publicada na "Revista Época" desta semana (09/08/2010) expondo o pensamento dos evangélicos que discordam das práticas neo pentecostais e da teologia da prosperidade.

É importante que um veículo secular ecoe, para a sociedade, o som das vozes que vêm gritando há muito tempo entre as quatro paredes dos templos afirmando que o evangelho não é esta busca desenfreada por dinheiro e poder que os teleevangelistas exibem em seus programas. Creio que isto é o início de uma resposta às nossas orações.

O Repórter Ricardo Alexandre fez uma pesquisa cuidadosa do universo protestante e soube expor de forma isenta os pontos principais de nossos questionamentos ao cenário atual da igreja evangélica brasileira. Obviamente que muito ainda precisa ser dito, mas já é o início de um bom debate.

Precisamos aproveitar este momento para nos posicionarmos diante da sociedade, do bairro onde vivemos e lhes mostrar que o evangelho é uma mensagem de amor, de conscientização e de libertação, e não este instrumento alienante que tem sido apresentado ao longo das últimas duas décadas em nosso país.

Os neopentecostais sentiram o golpe, tanto que os representantes da Universal preferiram se calar e a Renascer apelou para o jargão de que "O que não é de Deus vai desaparecer". Quem tiver paciência para assistir os programas destas igrejas deve ouvir alguns discursos inflamados em defesa da teologia da prosperidade.

O Sociólogo Ricardo Mariano analisou com ceticismo este movimento, considerando-o como mais uma divisão, entre tantas outras, que acometem os evangélicos de tempos em tempos. A verdade é que não podemos deixar que esta luta se transforme numa simples moda passageira, que logo será esquecida.

Quando eu comecei a estudar teologia, na década de 90, tive esta percepção, citada pelo Ricardo Agreste, de que a igreja pensava que ainda vivia no ambiente rural, onde ela havia sido fundada, e não apresentava respostas convincentes ás perguntas feitas pela sociedade urbana e vibrante, na qual ela estava inserida.

Vamos usar o princípio do sal da terra, pregado por Jesus, e nos misturar com a nossa comunidade, conhecer as suas dores e alegrias, descobrir quais são os seus questionamentos e construir junto com eles cada resposta, baseada na bíblia e em nossa experiência cristã.

O lado positivo deste cenário adverso pelo qual a igreja está passando é que ele estimula a maturidade dos fiéis, que se expressa na capacidade de se auto criticar e buscar novos caminhos para se reaproximar do evangelho. Que Deus nos abençoe e nos ajude a tornar este momento significativo e abençoador para a nossa fé e para a igreja de Cristo no Brasil e no mundo.

segunda-feira, agosto 09, 2010

PEQUENA LUZ - As crianças do Caminho