sábado, fevereiro 14, 2009

O MEU CÁLICE TRANSBORDA

Foto de: Marcos Vichi

O MEU CÁLICE TRANSBORDA

“Diante de mim preparas a mesa, à frente dos meus opressores; unges a minha cabeça com óleo, e minha taça transborda”. Salmo 23.5

O jogo do poder faz parte da vida. Seja no trabalho, na política, e até mesmo na família, aqueles que podem determinam o que deve ser feito e os ajuizados, cumprem obedientemente as suas ordens.

O poder é necessário para a organização da sociedade, mas as suas funções perdem o sentido quando ele se transforma em instrumento para oprimir e tirar vantagens.

O salmista sentiu na pele o desconforto da perseguição, de ser o mais fraco, de precisar se esconder para fugir do mal. Ele abre o seu coração diante da esperança de ver a sua causa sendo julgada com justiça. “Asilado no templo, o peregrino experimenta a hospitalidade de Deus, que o acolhe, ampara e defende dos inimigos” [1]

Sair vitorioso diante da força do opressor é quase uma utopia. Mas a ação divina subverte esta ordem perversa. O relato bíblico exibe inúmeras situações onde o poder de Deus humilhou o forte, que se acreditava onipotente, e fez triunfar o necessitado.

A mesa pode ser um lugar de negociação, onde o inimigo toma assento e não tem poder algum para causar o mal. Ali, a unção de Deus é sinal de honra e de direito restaurado. Ela também é lugar de celebração. Ao seu redor comemoramos as conquistas, renovamos as forças, compartilhamos o alimento, e nos alegramos ouvindo as histórias dos tempos difíceis, que foram superados.

As taças transbordantes se levantam num brinde para dar graças a Deus. Ele proveu o refúgio na hora da angústia e honrou a fé, transformando o sonho de justiça em realidade. A esperança animou o salmista a continuar lutando, pois ele sabia que em Deus, o seu trabalho produziria libertação e paz.

NOTA:
1 – Bíblia Sagrada Ed. Pastoral – 1991 - p. 693


REFERÊNCIA:
BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991

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