Naquele dia – Oráculo de Javé – ajuntarei as ovelhas estropiadas, reunirei as que foram dispersas, e aquelas que eu mesmo castiguei. Farei das estropiadas um resto e, das dispersas, uma nação forte; e no Monte Sião, Javé reinará sobre elas, desde agora e para sempre. Miquéias 4.6-7
O dia do Senhor é apresentado nas escrituras como o momento em que a justiça será estabelecida como o padrão para as relações entre as pessoas na Terra. Ele é esperado pelo povo como um dia de libertação política, onde o Messias viria para restaurar a glória do trono de Davi sobre as nações.
Os provetas apresentam duas perspectivas para este evento: a primeira diz que este dia produzirá terror para os pecadores e ruína para os que se utilizam do nome de Deus e do poder político, para oprimir o povo.
A segunda, fala da esperança que o julgamento do Senhor representará para o pobre, que vive desamparado e sujeito às dificuldades em qualquer regime político ou econômico.
A falta de condições econômicas relega numerosos setores da sociedade à condição de lixo humano. Os excluídos não têm poder aquisitivo para consumir, o seu nível educacional não lhes permite obter a capacitação para conseguir um emprego e conquistar um lugar na engrenagem que gira a roda do mercado. A existência destas pessoas não conta, e a visão de sua pobreza incomoda.
A justiça de Deus traz esperança aos excluídos, porque ele os vê como seres humanos e proporciona um novo significado para a vida pois ela é um projeto infinito, que oferece múltiplas chances de recomeço, mesmo para aqueles que receberam a marca de irrecuperáveis.
A bíblia apresenta o pobre como alvo preferencial da misericórdia divina, porque, como nenhum outro, ele sabe o que é a dependência. Por não ter ninguém a quem recorrer, a sua única opção é esperar pela provisão do alto. Os ricos se apóiam no seu poder econômico e em alianças políticas, por este motivo eles têm mais dificuldade para admitir que necessitam da ajuda de Deus.
Passo a passo, o processo de recuperação da dignidade vai se consolidando e a ovelha estropiada se une a outras na mesma condição e, juntas, elas se fortalecem para formar uma nação forte, cujo rei é o Senhor dos Exércitos.
Israel sofreu debaixo da opressão dos povos invasores, mas a esperança da redenção lhes permitiu sonhar com “Um futuro novo, quando Jerusalém se tornará a capital da justiça, e quando cada um viverá feliz e tranquilo na sua terra, sem guerras”.[1]
Nota
[1] BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral P.1197
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991
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