terça-feira, junho 09, 2009

PROFETAS E PASTORES INFIÉIS

Foto de: Marcos Vichi


PROFETAS E PASTORES INFIÉIS

Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor Deus. A perdida buscarei e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo. Ezequiel 34.15,16



Então Sabereis que eu sou o Senhor


Deus tem de o desejo estabelecer um relacionamento com os seus filhos. Relacionamento envolve convívio, intimidade, e isto só é possível quando há conhecimento mútuo. Deus conhece intimamente o seu povo, suas motivações e anseio pela libertação do cativeiro opressor. Mas este povo teve grandes dificuldades para entender as manifestações divinas em sua direção e insistia em caminhar em sentido oposto a elas.


O cumprimento das profecias é uma forma de tornar esta verdade clara e evidente aos olhos de qualquer pessoa. “Então saberão que eu sou o Senhor, quando eu tornar a terra em desolação e espanto, por causa de todas as abominações que cometeram. (...) Mas, quando vier isto – e aí vem – então saberão que houve no meio deles um profeta.” Ez. 33.29 e 33


O fato de a comunidade sacerdotal ter se desviado e passado a cometer injustiças foi um grande empecilho para que os judeus entendessem melhor o seu Deus. Os sacerdotes deveriam ensinar-lhes o significado da aliança que o Senhor estabeleceu com Moisés no deserto (Deuteronômio 27 a 30). De acordo com esta aliança, Deus se comprometeria a levar o povo para uma terra ampla e muito fértil. Ali eles cresceriam em liberdade e seriam protegidos contra todos os inimigos bastando que tão somente adorassem a Javeh como o único Deus e não permitissem que houvesse idolatria em seu meio. As maldições foram postas tanto como conseqüências da quebra do contrato, como uma forma de manter o povo afastado do pecado e como uma profecia do que realmente iria acontecer. Ao invés de cuidarem de suas ovelhas e as levarem por um bom caminho os sacerdotes as oprimiam com o jugo de uma religiosidade pesada que satisfazia apenas os seus egos e não levava a lugar nenhum (Ez 34.1-10)


A aparente inatividade de Deus que durante mais de 300 anos enviava os seus profetas para alertar o povo sobre o castigo também foi outro empecilho. Havia entre o povo a crença de que o juízo nunca chegaria e que não adiantava lutar contra o sistema iníquo que se estabelecera. “Filho do homem, que provérbio é este que vós tendes na terra de Israel: Passam-se os dias e perece toda a visão? (...) Filho do homem, os da casa de Israel dizem: A visão que se vê é para muitos dias, e ele profetiza de tempos que estão longe.” Ez 12.22 e 27. Dizia-se que era melhor ficar calado e desistir de ser fiel a Deus, porque o que ele prometia nunca iria acontecer.

Todo este silêncio e inatividade tinha o intuito de estimular uma virtude que Deus valoriza muito no relacionamento com ele: A fé. Nós temos uma perspectiva muito limitada da atuação divina, pois visualizamos os dias, meses e anos um de cada vez, mas Deus os contempla em sua totalidade. A sua profecia, assim como ele mesmo, não estão limitados pelo tempo e a sua maneira de agir não contempla apenas eventos isolados, mas processos históricos completos. O cativeiro era apenas um fato que completaria todo um ciclo que havia se iniciado três séculos atrás. “Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Não será retardada nenhuma das minhas palavras; a palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Deus.” Ez. 12.28. Deus não estava atrasado, o seu relógio é que funciona diferente do nosso.


O Senhor Redime o Seu Povo

Quando paramos para analisar determinadas situações da vida, temos a tendência de pensar nos fatos bons como sinal da presença de Deus e que os fatos ruins só aconteceram porque Deus afastou-se de nós. Ezequiel em sua profecia nos mostra um Deus que está perto dos seus servos mesmo quando eles não conseguem perceber. “Assim diz o Senhor Deus: Eu estou contra os pastores, e requererei as minhas ovelhas das suas mãos, e eles deixarão de apascentar as ovelhas, e não se apascentarão mais a si mesmos; livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto. Pois assim diz o Senhor Deus: Eu, eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei.” Ez 34.10-11

Os sacerdotes estavam se aproveitando de suas ovelhas para manter o poder político e acumular riquezas. Eles achavam que haviam descoberto uma mina de ouro. O povo se sentia abandonado porque quando precisava de orientação espiritual não tinha ninguém a quem recorrer.


O capítulo trinta e quatro de Ezequiel mostra como Deus se compadecia de suas ovelhas fracas e doentes (v.4) e estava a seu lado enquanto elas sofriam. O período de exploração chegaria ao fim, os pastores infiéis seriam destruídos e as ovelhas levadas para uma terra boa preparada pelo Bom Pastor. “Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será a sua malhada; ali se deitarão numa boa malhada, e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. Eu apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor Deus” Ez 34.14-15. Deus separara o melhor de suas bênçãos para os seus servos fiéis. Todo o período de escravidão e castigo levaria ao momento da redenção onde eles poderiam contemplar o poder do Senhor esmagando o perverso e levando o justo em triunfo.


Textos em Contexto:


"E as árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra; e saberão que eu sou o SENHOR, quando eu quebrar as ataduras do seu jugo e as livrar da mão dos que se serviam delas". Ezequiel 34:27

"Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados". Hebreus 11.1-40

A fé nos fortalece para seguirmos em frente mesmo no meio da escuridão quando todas as evidências ao nosso redor são contrárias às promessas. Hebreus 11 mostra quantos pagaram o preço por viverem uma vida de fé. Eles sofreram e morreram sem ver o objeto de sua esperança se cumprindo, mas por sua fidelidade muitos podem reconhecer Senhor como Deus.


"Saberão, porém, que eu, o SENHOR seu Deus, estou com elas, e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o Senhor DEUS. Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor DEUS".Ezequiel 34.30-31

"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor".Romanos 8.35-39


Nada pode nos separar do amor de Deus. As maiores dificuldades, tragédias ou decepções não são capazes de diluir o seu amor. Ele cuida do seu povo ajudando-o a superar os maiores obstáculos. A maior vitória que podemos alcançar é descobrir a profundidade deste amor no desenvolvimento do do relacionamento com Deus.


Referências:

TAYLOR, John B. Ezequiel, Introdução e Comentário. Trad. Gordon Chown Mundo Cristão – 1984 – 255p.

THOMPSON, Frank Charles. Bíblia de Referência Thompson. Editora Vida– SP– 1992. (suplementos didáticos)

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