quarta-feira, junho 03, 2009

Espírito Santo: A Presença de Cristo na Igreja

Foto: Marcos Vichi


Espírito Santo: A Presença de Cristo na Igreja


O ministério de Jesus na terra foi curto, apenas três anos. Mas os seus objetivos eram audaciosos: salvar a humanidade e deixar um grupo preparado para divulgar a sua mensagem orientando cada novo cristão nos quatro cantos do mundo. Para iniciar esta tarefa Jesus treinou doze homens, os seus discípulos.

No final do treinamento, após a última ceia, Jesus reúne os seus alunos e anuncia a sua partida deixando-os atônitos. “Um pouco, e não me vereis, mais um pouco ainda e me vereis. Alguns dos discípulos disseram uns aos outros: Que vem a ser isto? que nos diz?(...)” João 16. 16-17.


A perspectiva de ficarem sós assustou aqueles homens, mas Jesus os acalmou: “Não os deixarei órfãos, virei para vós (...) Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, para que esteja convosco para sempre.” João 14.18,16.

Jesus foi e deixou o consolador, o Espírito Santo. O que isto representa para a igreja? Como ele a auxilia em seu ministério? Que valor isto tem para a fé? São estes os conceitos que vamos desenvolver neste capítulo.

O Espírito Santo traz a certeza da presença de Cristo. João 15. 26-27; 16.7


Antes de Cristo a relação entre o homem e Deus era distante. Muitos rituais, a necessidade de um sacerdote e uma grande dificuldade: Como um ser humano de carne e osso iria se relacionar com o Deus todo poderoso, infinito e invisível? Ao viver entre nós Cristo possibilitou este relacionamento eliminando o problema da invisibilidade divina.

Embora a presença física de Cristo fosse muito importante, ela limitava o relacionamento com Deus a uma determinada região da Palestina. Ao voltar para o Pai e enviar o Espírito Santo, ele criou condições para que o evangelho se espalhasse por toda a terra. “Todavia digo-vos a verdade: Convém que eu vá, porque se eu n ão for, o consolador não virá para vós; mas se eu for, eu o enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado da justiça e do juízo.” João 16.7-8. Cristo revelou o amor e o propósito redentor de Deus de uma maneira que o homem podia compreender. O Espírito Santo, habitando em cada crente, capacita a igreja a revelar Cristo a todas as pessoas em qualquer momento da história. Philip Yancey em seu livro O Deus invisível diz o seguinte: “com o Espírito, um Deus santo deliberadamente arriscou a sua reputação nas pessoas infectadas pelo mal, expandindo a encarnação para abranger todos os discípulos de Jesus.” 1

O Deus eterno vive em nós! É isto o que Paulo quer dizer quando declara em I Coríntios 6:19 “Ou não sabeis que o nosso corpo é santuário do Espírito Santo que habita em vós, proveniente de Deus? Não sois de vós mesmo.” Ao habitar naqueles que reconhecem a Cristo como seu salvador o Espírito abre a perspectiva de um relacionamento que supera religiões e doutrinas. O próprio Deus cuida de nossas feridas, perdoa os pecados e redime as experiências ruins transformando-as em bênçãos. Na hora da dor, ou quando a tentação chega a um nível tão alto que parece que não vamos suportar, aquela voz tranqüilizadora traz à mente uma passagem da escritura e renova o ânimo para continuar a caminhada. É a voz do Espírito Santo ajudando-nos a lembrar as palavras de Cristo. “Mas o consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” .Antes de Cristo a relação entre o homem e Deus era distante. Muitos rituais, a necessidade de um sacerdote e uma grande dificuldade: Como um ser humano de carne e osso iria se relacionar com o Deus todo poderoso, infinito e invisível? Ao viver entre nós Cristo possibilitou este relacionamento eliminando o problema da invisibilidade divina.

O Espírito Santo representa para a igreja a certeza da presença de Cristo. Uma certeza que traz alegria e vida em abundância.

O Espirito Santo Traz a Plenitude da Presença de Cristo. Ef 5. 18

Um motor precisa de combustível para funcionar. Não e suficiente encher o tanque apenas uma vez. Para que a maquina permaneça produzindo, e necessário abastecê-la constantemente. Na carta aos Efesios, Paulo adverte que precisamos cuidar da qualidade do alimento com o qual abastecemos o nosso espirito; “E não vos embriagueis com o vinho em que há devassidão, mas enchei-vos do Espirito.”

A água é o combustível essencial para a vida. Não conseguimos viver sem ela, a sede não deixa. Cada vez que o corpo se desidrata ficamos desesperados e bebemos água até matar a sede. Espiritualmente falando, precisamos de Jesus da mesma maneira. “Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.” Salmo 42.1-2

Jesus utilizou-se da figura da água para falar de si: “(...) se alguém tem sede, venha a mim e beba” João 7.37. Exemplificando a atuação do Espírito Santo na vida de uma pessoa ele afirmou: “Quem crê em mim, como diz a escritura, do seu interior, fluirão rios de água viva.” João 7.38

Cristo é a fonte da água da vida e o Cristão precisa encher-se dele para produzir o fruto do Espírito. “Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade, e o domínio próprio. E contra essas coisas não existe lei.” Gálatas 5.22-23 NTLH

Quais são o s sinais visíveis de uma vida cheia do Espírito Santo? O texto de Gálatas apresenta uma lista das qualidades que demonstram de forma prática os resultados da transformação interior que Cristo já realizou. O aperfeiçoamento destas qualidades acontece quando desenvolvemos hábitos espirituais saudáveis. É fundamental separar um tempo diário para a oração e a leitura da Bíblia. Isto não é fácil, quantas vezes nos perdemos nas atividades diárias e no final do dia nos damos conta que não paramos para conversar com Deus. A prática devocional exige um esforço diário comparado ao que é necessário para a realização de exercícios físicos. No início é difícil, não dá vontade de sair da cama, mas se persistimos os resultados começam a aparecer: mais fôlego no dia-a-dia, alguns quilinhos a menos e a partir daí os exercícios se tornam uma fonte de prazer.

O resultado da vida devocional é uma identificação com o caráter de Cristo. Deus nos criou para sermos “conformes a imagem de seu filho.” Romanos 8.29. Experimentar a plenitude da presença de Cristo é ser cada dia mais parecido com ele. Isto não significa a perfeição absoluta, mas a cada dia avançamos um pouco mais neste caminho contando com o fortalecimento do Espírito Santo naquilo em que somos fracos. Romanos 8.26.

O Espírito Santo auxilia a igreja em seu ministério intercedendo por ela, completando as nossas orações, que em alguns casos são anseios tão profundos, que quase não encontramos palavras para expressá-los. Uma igreja cheia do Espírito realiza muito mais do que pode imaginar porque experimenta a plenitude da presença de Cristo.

A Certeza da Presença de Cristo Leva ao Descobrimento da Fé. Hebreus 11.1

A fé é a base de nosso relacionamento com Deus. Ela nos foi dada por ele e é o motivo pelo qual vivemos, “mas o justo pela sua fé viverá.” Habacuque 2.4 para o cristão, esperar pela fé é algo concreto e certo e não abstrato e duvidoso. Quando Deus dá uma visão, nós permanecemos onde não há ninguém e continuamos quando outros desistem.

A fé é essencial porque através dela podemos estabelecer nosso contato com Deus. “Ora, sem fé é impossível agradara Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que e galardoador daqueles que o buscam.” Hebreus 11.6 Como não podemos tocar em Deus ou contemplá-lo visualmente, a fé é o ponto de contato entre a realidade física e a espiritual. “Ora, o homem natural não compreendse as coisas do Espirito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Coríntios 2.1.

A fé não é um produto que se encontra disponível em pacotinhos numa prateleira de supermercado. Nem é como leite instantâneo que se dissolve num pouco de água morna para tomar na hora em que a fome aperta. A fé desenvolve-se ao longo da vida a partir das experiências com Deus. Por mais que não gostemos de admitir, é exatamente nos momentos de perdas, nas decepções e nas maiores tribulações, que o relacionamento com Deus e a nossa fé se fortalecem. Esta perspectiva de dependência torna prático o ensino de Romanos 5.3-5 “não somente isto, mas também nos gloriaremos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não traz confusão, porque o amor de Deus esta derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.”

As crises podem ser ótimas oportunidades para conhecer o poder transformador de Deus. Em seu livro A Águia e a Galinha, uma metáfora da condição humana, Leonardo Boff diz o seguinte: “Não recebemos a existência pronta. Devemos construi-la progressivamente (...) Como em qualquer jornada há riscos: incompreensões dos familiares, traições dos amigos, frustrações profissionais e fracassos no amor. Mas também conquistas: A descoberta da amizade, o florescimento do amor, a felicidade de experiências produtivas, o lento amadurecimento e o despontar da sabedoria da vida. (...) O que efetivamente conta não são as coisas que nos acontecem. Mas sobretudo, a nossa reação frente a elas.” (pág. 112,113,115. Ed. Vozes). Não precisamos ser destruídos pelos fatos ruins que nos surpreendem durante a vida. Podemos entregá-los a Deus para que ele os redima transformando-os em pontes para uma existência melhor.

O valor que a certeza da presença de Cristo tem para a fé é fazer- nos conhecer pela experiência prática que a vontade de Deus é mesmo boa, perfeita e agradável.

Conclusão.

“Não vos deixarei órfãos, virei para vos” João 14.18 Hoje, séculos depois desta declaração, podemos comprovar a eficácia do ministério do Espírito Santo. Aqueles doze homens atemorizados no salão da última ceia, pela convicção de que Deus habitava neles, superaram todas as maiores expectativas humanas e espalharam a mensagem do evangelho pelo mundo e ela chegou ate nós hoje. Evidentemente que o falta muito para ser feito, mas o Espírito Santo nos foi dado. A parceria entre Deus e o homem para a redenção do mundo esta de pé. “Disse-lhes Jesus de novo: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.” João 20.21

Nenhum comentário: