quinta-feira, junho 04, 2009

PANORAMA DAS NAÇÕES EM VOLTA

PANORAMA DAS NAÇÕES EM VOLTA

"E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei". Ezequiel 22.30


Um Homem na Brecha


Ezequiel tinha uma grande responsabilidade nos seus ombros. Deus queria preservar o povo e não desejava destruir a cidade de Jerusalém, que ainda permanecia de pé. O profeta deveria anunciar os juízos de Deus ao povo para que ele se arrependesse dos seus maus caminhos. Nas guerras modernas quando um país percebe, através de seu sistema de radares, que será atacado pela força aérea de seu inimigo ele faz soar os alarmes por todo o território ameaçado para que a população tenha tempo suficiente para se esconder. Quem ignora os alarmes corre o sério risco de tornar-se uma vítima fatal do ataque que virá. Ezequiel era o encarregado de soar o alarme de Deus. Seu ministério denunciava a injustiça e a iniqüidade e buscava desviar o povo do caminho mal por onde ele estava seguindo .


O Reino de Judá, também chamado de Reino do Sul, não chegou ao cativeiro do dia para a noite. Ao longo de aproximadamente 300 anos o cenário de idolatria, corrupção e afastamento de Deus foi sendo construído. O cativeiro babilônico e a posterior queda de Jerusalém foi o ponto final da paciência de Deus em suportar a rejeição de seu povo amado aos seus estatutos.


Israel viveu um período de grande expansão territorial fruto das vitórias militares comandadas pelo rei Davi. No reinado do Rei Salomão aconteceu o enriquecimento da nação e após a sua morte a prosperidade chegaria ao fim trazendo um tempo de divisão política, guerras e muitas incertezas.


O príncipe Roboão, filho de Salomão, era um homem arrogante que tinha em Jeroboão, antigo colaborador de seu pai, um sério rival. Após a coroação de Roboão, Jeroboão apressou-se em voltar do Egito e reunir as tribos estabelecidas ao norte de Canaã para pedir ao novo rei um tratamento mais justo do que haviam recebido de Salomão. Roboão, ansioso por demonstrar a sua força, afirmou que seria mais duro do que seu pai havia sido. Este foi o estopim para a divisão de Israel em Reino do Norte (Israel) e Reino do Sul (Judá).


Neste período a idolatria começou a ser inserida no Reino do Norte como estratégia para conquistar a lealdade política e religiosa dos súditos. Para esvaziar a importância do templo de Jerusalém e evitar que os peregrinos do Reino do Norte fossem a visitassem para oferecer seus sacrifícios e adorar, Jeroboão mandou construir dois santuários: Um foi em Betel (no sul), a poucos quilômetros de Jerusalém, o outro foi em Dã (no norte), no Monte Hermon. Nesses altares ele colocou dois bezerros de ouro, nomeou sacerdotes e organizou festas religiosas na medida da sua conveniência (I Reis 12.1-33). Roboão, por sua vez, também abandonou ao Senhor. “Ele e muitos dos seus súditos tornaram-se apóstatas e começaram a estabelecer torres – templos, ídolos e bosques pagãos através de toda a terra.”1


A semente da idolatria germinou, a árvore cresceu e os seus frutos se espalharam pela nação. Dos dezenove reis de Judá apenas oito foram considerados retos diante dos olhos de Deus. Dos dezoito reis de Israel, nenhum foi obediente, todos procederam mau diante do Senhor. Isto fez com que em 722 A.C., durante o reinado de Jeroboão II, o Reino de Israel fosse destruído pela Assíria. Em 586 A.C. chegou a vez do reino de Judá que foi levado cativo para a Babilônia durante o reinado de Joaquim.


O Panorama das Nações em Volta


O cenário internacional estava muito agitado naqueles tempos. Judá e Israel “eram monarquias absolutas. O rei tinha poder supremo, e os membros da família reinante procuravam conservar o trono geração após geração, pelo uso da força e da violência sempre que necessário.”2 As nações daquela região alternavam-se no poder. Mas a Assíria estava transformando-se numa grande potência militar e cada rei buscava fazer as suas alianças políticas para receber proteção ou para juntar forças com exércitos mais equipados para poder fazer frente à grande ameaça que estava aproximando-se.


Os assírios tinham a fama de serem cruéis com os povos a quem derrotavam. Torturas, saques, morte e deportação dos sobreviventes era o que se seguia a cada nova conquista.. Israel estava no caminho dos assírios porque eles queriam conquistar o Egito e isto fazia com que os embaixadores tivessem muito trabalho para conter o poderoso inimigo que cobrava impostos altíssimos para não invadir a terra.


A Babilônia tem a sua origem num “império pré histórico governado por Nimrode, bisneto de Noé. A primeira cidade mencionada e sem dúvida a principal cidade do império era Babel, ou Babilônia, uma das mais antigas cidades referidas no texto da Bíblia.”3 (Gênesis 10.8-12). Em princípio a Babilônia era dominada pela Assíria, mas aos poucos foi crescendo e depois que Nínive foi destruída, os babilônios dividiram com os medos o território Assírio. Os medos tomaram do norte e ao noroeste, e os Babilônios dominaram as terras do sul ao Sudoeste.


Estes povos foram usados por Deus para mostrar a Israel e Judá que o poder econômico e militar não faz nenhuma diferença quando se está longe dele. O Senhor tem o controle de toda a história e pode livrar aqueles que nele confiam. “O Senhor é a minha luz e a minha salvação a quem temerei?(...)” Salmo 27.1.


Textos em Contexto:


  • "E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei". Ezequiel 22.30

  • "Então disse o SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor deles". Gênesis 18.26

  • E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, porquanto tu, ó nosso Deus, impediste que fôssemos destruídos, por causa da nossa iniqüidade, e ainda nos deste um remanescente como este". Esdras 9.13

  • " Pois assim como o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem". Salmo 103.11:

Deus é misericordioso e busca sempre a possibilidade de resgatar a sua criação afastada dele. A destruição só vem quando não existe nenhum sinal de arrependimento e mesmo quando aplica o seu castigo, Deus o faz com amor sem nunca fechar a porta para a redenção.


  • "Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho recaísse sobre a sua cabeça, diz o Senhor Deus". Ezequiel 22.31

  • "E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más". João 3.19

  • "Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações". Jeremias 17.10

  • "Grande em conselho, e magnífico em obras; porque os teus olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas obras". Jeremias 32.19

O Juízo de vem para trazer o castigo aos pecadores e a recompensa aos que obedecem a Deus. O Homem é indesculpável porque teve as suas oportunidades mas preferiu continuar vivendo a vida longe do Senhor.


  • "E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Jerusalém, e derrama as tuas palavras sobre os santuários, e profetiza sobre a terra de Israel. E dize à terra de Israel: Assim diz o SENHOR: Eis que sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio. E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da sua bainha contra toda a carne, desde o sul até o norte. E saberá toda a carne que eu, o SENHOR, tirei a minha espada da bainha; nunca mais voltará a ela". Ezequiel 21.1-5

  • "Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos: Visto que não escutastes as minhas palavras, Eis que eu enviarei, e tomarei a todas as famílias do norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei de babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e farei que sejam objeto de espanto, e de assobio, e de perpétuas desolações". Jeremias 25.8-9

  • "Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos". Isaías 10.5

Deus não se esquece daquilo que fala. A Babilônia, a Assíria seriam usados como instrumento de disciplina de Deus para com o seu povo infiel e mesmo que muitos não cressem mais nas profecias devido ao tempo que estavam demorando para cumprir-se, no tempo certo Deus iria realizar tudo o que havia prometido.


Referências Bibliográficas


SHEDD, Russell P. (Ed. Resp.) Bíblia Vida Nova S. R. Ed. Vida Nova – SP – 1989. (suplementos didáticos)
Bíblia Vida – Ed.Vida – SP – 2000. (suplementos didáticos)
YANCEY, Philip. A Bíblia Que Jesus Lia Trad. Waldemar Kroker –Ed.Vida–SP–2000.
GUTRIE, D & MOTHIER, J.A. (Ed. Resp.) Nuevo Comentario Biblico Casa Bautista de Publicaciones – El Paso – Texas – EUA – 1977.


Notas:
História Ilustrada do Mundo Bíblico – Pág. 63
História Ilustrada do Mundo Bíblico – Pág. 73
História Ilustrada do Mundo Bíblico – Pág. 77

Nenhum comentário: