sábado, junho 20, 2009

EMPREENDEDORISMO SOCIAL


EMPREENDEDORISMO SOCIAL


É fato que vivemos numa sociedade de consumo, onde o valor do indivíduo se estabelece a partir do seu poder de compra, que é aferido cuidadosamente pelo limite do cartão de crédito. Por mais que discordemos do consumismo exagerado, temos que admitir que sem dinheiro não é possível fazer nada. Por isso, o trabalho é fundamental para garantir uma existência digna à pessoa.

Antes, para alguém conseguir um emprego, bastava ter força física e disposição. Se possuísse talento natural para a função desejada, melhor ainda, as portas para o sonhado emprego para a vida toda estariam abertas. Hoje, na chamada era da informação, a força física do trabalho está extremamente desvalorizada. O que vale muito é o conhecimento da tecnologia.

Isto seria ótimo se desde o início do processo de industrialização do Brasil, o ensino fundamental e médio, tivessem sido programados com o intuito de preparar as pessoas para o progresso que viria no futuro. Infelizmente este preparo coube apenas à uma pequena parcela da população que podia pagar pelos estudos. Desta forma, a grande maioria não pode participar da festa do avanço tecnológico, pois não possui a qualificação necessária para adquirir os convites.

O grande desafio da ação social cristã é encontrar caminhos para a inclusão de tantas pessoas que estão marginalizadas por não possuírem emprego, nem condições para obtê-lo. Seu objetivo principal é libertar o indivíduo da dependência dos benefícios governamentais e incentivá-los ao desenvolvimento de alternativas locais que lhe permitam obter o sustento para si e para sua família, de forma que eles possam viver dignamente e almejar o progresso econômico, social e intelectual.

O "Workshop Empreendedorismo Social - O que fazer e como fazer diante das questões sociais que afligem as comunidades". Promovido pelo CCAS - Centro de Cidadania e Atividades Sociais da Igreja Batista Betânia, foi elaborado com o objetivo de expor e discutir as diversas oportunidades disponíveis no Terceiro Setor. Seus principais temas foram:
  • O QUE É EMPREENDEDORISMO SOCIAL?
  • O QUE É EMPODERAMENTO COMUNITÁRIO?

Houve as seguintes oficinas de discussão e capacitação:


  • Comunicação e Transformação Social
  • Circo Social em Comunidades
  • Que Movimento é esse de Empreendedorismo Social nas Comunidades?
  • Alfabetização de adultos
  • O impacto da Saúde Preventiva na Comunidade
  • Empreendedorismo Social por meio do Esporte
  • Empreendedorismo Social através da Capacitação em Música
  • Laboratório Criativo da Modernidade - Gerando impacto na comunidade através da capacitação de pessoas em Criação e Arte
  • Cozinha Comunitária - uma estratégia de aproveitamento de alimentos e reeducação alimentar.
A oficina: Que movimento é esse de empreendedorismo social nas comunidades? Da qual eu participei, apresentou um breve histórico do empreendedorismo social e nos instigou a desenvolver um olhar consciente sobre a atual febre do voluntariado, de forma a evitar a armadilha de substituir o estado no exercício de suas atribuições.


O Estado deve garantir os direitos civis, humanos e legais a todos os cidadãos, independentemente de seu poder aquisitivo ou grau de instrução. Quando ele se omite, as ONGs, igrejas, clubes de serviços e indivíduos devem protestar, para forçá-lo a cumprir a sua parte a fim de que as verdadeiras soluções sejam implementadas e a máquina geradora da miséria pare de funcionar e produzir injustiça.


A atuação da sociedade cuida, principalmente, de minimizar alguns sintomas das complicadas questões sociais e, mesmo que ela seja eficaz em alcançar as suas metas, todos os esforços serão desperdiçados se não tratarmos de cessar a causa do problema. O resumo da aula, oferecido ao final, diz o seguinte: "Vamos empreender ações sociais? Sim. Vamos utilizar o nosso potencial a fim de obter melhorias para a comunidade? Sim, também. Porém, é necessário entender que à bondade deve ser acrescentado o conhecimento da realidade e a luta política para a sua transformação".


A tônica do debate foi que o idealismo é importante na realização do empreendedorismo social, mas não podemos ser ingênuos ao ponto de nos deixarmos ser manipulados pelos interesses políticos e econômicos que gravitam em torno do estímulo oficial para que a população "faça a sua parte e todos os problemas serão resolvidos". A história não é bem assim.

Um comentário:

Pedro Grabois disse...

Marcos,
legal o lance da oficina, por mais que o termo empreendedorismo seja estranho (indesejável mesmo) para nós todos, acho que defendeu-se uma boa perspectiva de ação.

É legal pensar nos diversos fatores que modificam as situações de justiça e a importância de atacar as causas dos problemas, etc.

Unilateralismo é que não dá mais...
abração,
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