DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS COMPLETA 60 ANOS
AINDA COMO UTOPIA
Documento continua sendo violado no mundo inteiro, 60 anos depois de assinada, em Paris.
Há 60 anos, o mundo assinava um documento vital para a civilização. A Declaração Universal dos Direitos Humanos consagrava princípios dos grandes movimentos da história que puseram a vida humana como valor maior de todos. Desde então, parece mais um sonho e uma utopia do que uma realidade.
O século 21 avança, e a escravidão ainda é praticada em mais de cem países - inclusive no Brasil. Em Darfur, no Sudão, um genocídio está em curso. No Congo, o conflito entre tutsis e hutus foi reaberto - assassinatos, estupros e tortura são rotina. No Brasil, criminosos dominam territórios à margem do estado e mantém milhões de pessoas sob seu domínio, pela força da violência.
O país, que se intitula o guardião da liberdade, mantém prisioneiros isolados, sem direito a defesa e sem uma acusação formal. Guantánamo e Abu Ghraib são as prisões que tiraram dos Estados Unidos a autoridade moral nos direitos humanos.
Na China, os ativistas dos direitos humanos são presos sem direito a defesa. Entre os presos, um advogado cego que defendia mulheres forçadas a abortar.
No mundo inteiro, mulheres ganham muito menos para fazer o mesmo que trabalho que os homens. Nos países mais desenvolvidos, a diferença é menor: 30%. Neste momento, milhões de norte-coreanos vivem sob uma ditadura comunista que iguala o povo pela fome e opressão.
Artigo por artigo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos continua sendo violada no mundo inteiro, 60 anos depois de assinada, em Paris.
O mundo ainda tinha viva a memória da guerra. A esperança de que a vitória aliada pudesse fazer espalhar os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade.
A primeira-dama americana, Eleanor Roosevelt, coordenou a comissão que elaborou a lista. Curta, objetiva, e extremamente abrangente. São 30 artigos enumerando os direitos básicos para toda a humanidade.
Assinada em Paris, a Declaração Universal dos direitos Humanos tem claramente uma inspiração na Declaração dos Diretos do Homem e do Cidadão, da Revolução Francesa, mas também na Lei dos Direitos, americana, do século 18.
No preâmbulo, os autores deixaram claro que a declaração é uma espécie de lista de tarefas, um padrão de conquistas que toda nação deve buscar. Uma série de eventos hoje, em Paris e no resto do mundo, deixa claro que essa busca está longe de terminar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário