segunda-feira, dezembro 29, 2008

APROVEITE A VIDA - PROG 01

APROVEITE A VIDA

“Então examinei as coisas que se fazem debaixo do sol, e cheguei à conclusão de que tudo é fugaz, uma corrida atrás do vento.” Eclesiastes 1.14 (Edição Pastoral)

Diante de uma sociedade obcecada pelo acúmulo de poder e de riqueza, onde uma pessoa não vale pelo que é, mas pelo que tem ou pelo que faz, o Coélet(1) exprime a sua opinião: tudo é fugaz.

Em busca do reconhecimento de seu valor como pessoa, o indivíduo se submete a pressões cada vez maiores e assume tantas tarefas que, para dar conta de tudo, ele se afasta da família e dos amigos porque não tem tempo. Esta sede de realização pessoal pelo ativismo leva a uma inversão de valores: o poder torna-se mais importante que o amor, os colegas de trabalho substituem os amigos e a solidão transforma-se no resultado de uma vida exclusivamente voltada para o trabalho. Uma corrida atrás do vento!

Por mais que se tente ignorar este fato, a vida é fugaz. O ser humano deseja ser eterno e poderoso, ele tenta convencer-se de que tem o controle sobre a sua vida, sobre o outro, sobre a natureza, etc. Mas freqüentemente é surpreendido pela doença, pelas tragédias e pela morte, sobre as quais ele não possui nenhum controle.

A fraqueza é um defeito imperdoável neste mundo de fortes, ela precisa ser escondida a qualquer custo. Os fracos não são bem-vindos e devem ser excluídos. A idéia da morte incomoda porque apresenta a fraqueza essencial do homem: desde o poderoso chefe de Estado até o anônimo mendigo, ninguém pode fugir dela.

Visto que a vida é um bem tão precioso, mas ao mesmo tempo tão tênue, qual é o proveito de se acumular tanto poder, tanta riqueza e depois não ter com quem desfrutar os resultados do “trabalho com que se afadiga debaixo do sol”? (Ecl. 1.3)

A preocupação do Coélet é com a qualidade de vida. De que forma este dom, que é a vida, tem sido utilizado? Que futuro será construído a partir das escolhas que são feitas hoje? Qual é o sentido de toda essa agitação? A maneira como estas perguntas serão respondidas determinarão se uma vida é produtiva e feliz ou se está sendo desperdiçada numa rotina desgastante de acordar, alimentar-se, trabalhar, voltar para casa, dormir, acordar...

O dinheiro, o poder e o sucesso só fazem sentido quando podem ser compartilhados. Ter uma comunidade com quem celebrar conquistas obtidas como fruto do trabalho traz uma razão para todo o esforço, é dom de Deus (Ecl. 5.18). “Fomos criados para amar, para conviver em amizade e comunhão com o Criador e toda a sua criação.” (2) A vida é curta e não deve ser desperdiçada. Aproveite a oportunidade que você recebeu, aproveite o dia. Esta é a vontade de Deus.

NOTAS

(1)Coélet é a forma aportuguesada do hebraico Qohélet, termo utilizado pelo autor para referir-se a si mesmo.(2) SOUZA, Ricardo Barbosa de. O Caminho do Coração, p. 61.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUZA, Ricardo Barbosa de. O Caminho do Coração – Ensaios sobre a Trindade e a Espiritualidade Cristã. Encontro Publicações - Curitiba – 2002

BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991

Um comentário:

Luiza Pinheiro disse...

Marcos, de fato, como sociedade estamos tomando um rumo que cada vez mais nossa alma tem pago um preço insuportável. Aumento considerável de pessoas com estresse, desgaste emocional, transtorno do pânico, depressão etc., pela falta de cuidado de si, em nome de um trabalho para si. Aproveitar a vida, quantos acham que sabem fazê-lo mas na verdade não o sabem, e padecem na ignorância da dura verdade.
Bjk
Luiza