ESPIRITUALIDADE E ECOLOGIA
Atualmente existe um ramo da teologia que cuida da ecologia. Estes teólogos consideram a preocupação com o meio-ambiente como evidência de maturidade espiritual. O planeta terra não é somente um amontoado de pedras, água e minerais, mas um organismo vivo que precisa de cuidado. É a casa comum que Deus nos deu. Nesta abordagem o homem não é visto como dominador, mas como parte integrante do sistema de vida e tem a responsabilidade de não esgotar os recursos colocados à sua disposição. A extinção do planeta terra corresponderá ao nosso fim também.
À igreja cabe a responsabilidade de alertar às pessoas sobre a urgência de preservar mares, rios, florestas, animais porque eles também são criação de Deus e porque quando bem cuidada, a natureza responde com prosperidade, fartura e beleza. Dimesão simbólica do amor divino[1]. Quando ela é maltratada, responde com violência e produz a morte. Dimensão diabólica da conseqüência do pecado [2].
Que culpa teve Deus pelo Tsunami que matou tantas pessoas na Indonésia e países vizinhos, que eles até desistiram de contar? Uma das razões para esta tragédia pode estar nos países “cristãos” altamente industrializados produtores de tanta poluição, que elevam a temperatura do planeta, causando o derretimento das geleiras, que provocam a alteração das correntes marítimas e o aumento do nível do mar. Quando acontece um terremoto, tão comum naquela área, a bagunça se complica. Existem lugares no Brasil que foram construidos em terrenos aterrados. Hoje, alguns destes locais estão desaparecendo, porque o mar está invadindo e destruindo tudo. É culpa e Deus que estas pessoas fiquem desabrigadas?
Precisamos cuidar da natureza. A maneira como utilizamos a água, a energia elétrica, o critério de separação do lixo e as formas para evitar o desperdício, podem parecer ações sem valor, mas quando multiplicadas, podem fazer grande diferença. A sociedade está preocupada com os efeitos das alterações climáticas de que forma a igreja e a teologia serão capazes de apresentar respostas para estes questionamentos? Esta responsabilidade é minha, é sua, é de todos nós.
NOTAS
[1] Símbolo / Simbólico – Sua origem provém do grego clássico symbállein ou symbállesthai. Literalmente significa: lançar (bállein), junto (syn). O sentido é lançar as coisas de tal forma que elas permaneçam juntas. Num processo complexo significa re-unir as realidades, congregá-las a partir de diferentes pontos e fazer convergir diversas forças num único feixe. (BOFF, Leonardo. O Despertar da Águia, o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade – Editora Vozes – Petrópolis – RJ – 1998 – p. 11.)
[2] Diabólico – Provém de Dya-bállein. Literalmene significa: lançar coisas para longe, de forma desagregada e sem direção; jogar fora de qualquer jeito. Dia-bólico como se vê, é o oposto do sim-bólico. É tudo o que desconcerta, desune, separa e opõe. (BOFF, Leonardo. O Despertar da Águia, o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade – Editora Vozes – Petrópolis – RJ – 1998 – p. 12.)
3 comentários:
Parabenizo você por escrever sobre um tema tão urgente como este. As religiões precisam estar mais do que atentas à questão ambiental, da qual depende a sobrevivência da humanidade e que, em relação à biodiversidade, é um assunto absolutamente moral. Do ponto de vista teológico, nem se fala. É impossível ser um religioso autêntico e desconsiderar o respeito a natureza, uma vez que ela reflete a imagem da divindade.
Um abraço!
Como compartimos hace unas semanas, también somos administradores de la naturaleza y todo lo que en ella hay. La iglesia debería ser luz y sal también en este tema. Buenísimo que vos hagas tu aporte desde aquí :-)
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