ESQUECIMENTO E LEMBRANÇA
"Água fresca em garganta sedenta é a boa notícia de uma terra distante." Provérbios 25.25
Eu sempre tive a impressão de que as pessoas não se lembrariam de mim. Talvez por isso, tenha desenvolvido o hábito de escrever cartas e e-mails. Cada resposta recebida era um sinal de lembrança. Quando esta demorava muito ou não chegava, só confirmava as minhas suspeitas: Eu fui esquecido.
Eu gastava tanto tempo preocupado com os "sumidos" que deixava de dar a devida atenção àqueles que estavam ao meu lado, procurando-me e tentando se fazerem presentes nas alegrias e tristezas da vida. Para estes, eu acabava sumindo.
Decidi importar-me com os que estão por perto. Sempre que os compromissos permitem, tento visitar alguns amigos que não vejo há algum tempo, simplesmente para tomar um café, contar as novidades e bater papo. Como esses momentos são agradáveis! Eles reafirmam o que eu preciso saber: Não, eu não fui esquecido.
Lamento pelos que estão distantes. Alguns, em determinados momentos, foram fundamentais para a minha existência. Porém, como diz a música do Milton Nascimento:
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega prá ficar
Tem gente que vai
Prá nunca mais...
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai, querer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir...
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem
Da partida...
Creio que os relacionamentos que permanecem, ao longo da vida, são aqueles que valem a pena. A amizade verdadeira não se dilui com a distância geográfica, porque é uma união espiritual. "Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão." Provérbios 17.17