ISRAEL E A INJUSTIÇA SOCIAL
Oráculo do Senhor: Por causa do triplo e do quádruplo crime de Israel, não mudarei meu decreto. Porque vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um par de sandálias. Amós 2.6
A preservação da dignidade do ser humano é um valor inegociável para Deus. Nada ofende mais à santidade divina do que a afronta aos direitos básicos de uma pessoa.
É por este motivo que, do conjunto de nações repreendidas nas profecias de Amós, Israel é cobrada com mais veemência. O povo que foi escolhido para ser o berço do Messias, o divulgador da mensagem de Deus para toda as criaturas, deixou de lado a sua missão, em troca de um projeto de poder, que se baseava na exploração do mais fraco.
A lei que Deus entregou ao povo, previa diversas garantias sociais que protegiam os mais carentes e cuidavam para que não existissem famintos entre o povo. Se ela fosse cumprida de forma correta, os pobres não precisariam mendigar o pão e teriam condições de sustentar dignamente as suas famílias.
Naquele tempo a justiça valia pouco. As pessoas não passavam de meros objetos que, manipulados de qualquer jeito, serviam para atender aos desejos dos poderosos. O dinheiro determinava o valor de cada um, perante aquela sociedade. Uma religião de aparências tratava de preservar os iníquos das consequências do seu pecado e condenava os justos por qualquer detalhe, aprisionando-os psicológica e financeiramente aos seus líderes corruptos.
Toda esta rebeldia causava tristeza a Deus, que havia se dedicado com amor ao seu povo e, como retribuição, foi desprezado. No capítulo 2 do livro do profeta Amós, Deus faz uma comparação entre os seus atos de cuidado ao libertar Israel do cativeiro no Egito, conduzí-los pelo deserto e sempre levantar profetas para levar-lhes a sua palavra e a absoluta indiferença do povo, que se esqueceu completamente daquele que o protegeu.
Os poderosos se julgam acima de qualquer lei. Quem terá a a ousadia de acusá-los? O seu dinheiro compra o favor das autoridades e a força do seu braço silencia os humildes, gerando uma perversa sensação de onipotência.
Mas o profeta declara que não haverá oportunidade de fuga para o homem mau e que diante de Deus não há poderosos que resistam ao peso de sua mão. “Não haverá mais fuga possível para o homem ágil, o forte não encontrará mais sua força, o valente não salvará sua vida, o arqueiro não poderá resistir, nem o homem de pés ligeiros poderá escapar, nem o cavaleiro salvará sua vida, e o mais corajoso entre os valentes fugirá nu, naquele dia - oráculo do Senhor”. Amós 2.14-16
A repreensão será dura, mas o objetivo é mostrar que a justiça não é um sonho inalcançável, mas uma possibilidade, quando homens e mulheres de Deus decidem segui-lo fielmente.
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