ORAÇÃO, UMA EXPERIÊNCIA
"Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar." Lucas 18.1
Desde pequeno, manifesto interesse pelas questões espirituais. Minha avó paterna me ensinou a rezar o Pai Nosso e a Ave-Maria e sempre enfatizava a importância de orar diariamente.
Antes de dormir, eu me ajoelhava, rezava e fazia os meus pedidos. Devido ao cansaço, freqüentemente eu adormecia e, como considerava pecado interromper as orações, começava tudo de novo, até conseguir completá-las.
Posteriormente, tornei-me membro de uma Igreja Batista. Os estudos bíblicos me revelaram a dimensão pessoal da oração. Descobri que eu poderia conversar com Deus, tal como um filho se aconselhando com o seu pai, e desabafar as minhas angústias, considerando-o como um grande amigo.
Nesta caminhada, houve períodos em que a dúvida se instalou no meu coração. Eu perguntava: Deus existe? Quem escuta as minhas preces? Continuei orando, mesmo abatido pela incerteza, apenas por sentir que era a decisão correta.
As dificuldades foram um terreno fértil para o exercício da oração. Quando todas as alternativas se esgotavam, a fé era forçada a suplicar a intervenção divina para me socorrer. Muitas foram as respostas, algumas não vieram da forma que eu desejava, mas trouxeram as soluções necessárias e a certeza de que as orações não se perdem no ar, mas são recebidas por Deus.
O tempo sempre foi o meu grande adversário na vida devocional. Dormir tarde depois de chegar da faculdade, acordar cedo e ir para o trabalho, finais de semana cheios de atividades da igreja. Como separar um tempo para ficar só, calar a alma, contemplar a Deus e ouvir a sua voz? Minhas maiores referências espirituais afirmavam orar por até três ou quatro horas seguidas. Meu recorde é quarenta minutos! Procuro colocar em prática o conceito de orar sem cessar (1 Tessalonicesnses 5:17). Enquanto caminho, durante um engarrafamento, no intervalo entre o atendimento de um cliente e outro, peço a Deus por minha vida, agradeço as bênçãos, intercedo pelos amigos, família e igreja. Em outras ocasiões vou para um parque, faço uma trilha e ali, no meio da natureza, realizo o meu retiro pessoal de oração. São as minhas maneiras de manter ativo o meu contato com o Pai.
Na infância e na adolescência achava que, quando me tornasse adulto, resolveria as minhas crises espirituais. Eu estava enganado: elas se aprofundaram. A cada dia eu busco resgatar a fé simples da criança que descansa enquanto o seu pai ou a sua mãe a abrigam no colo. Mesmo com as dificuldades ao redor, ela está em paz. "De fato, acalmei e tranqüilizei a minha alma. Sou como uma criança recém amamentada por sua mãe, a minha alma é como essa criança" (Salmo 131.2).